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Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é
o mistério de todas as coisas
Federico García Lorca
A reter: Olga Cerpa, com uma guitarra portuguesa, cultivada em Tenerife, abre assim novos caminhos aos boleros que as Canárias embalam, frutificando em novas e ricas sonoridades.
*
Estão a ver esta correria e concentração contemplativa no areal?
De súbito, um frenesim de pavor, na praia. Será um tubarão branco? O polvo do capitão Nemo? Algum bicho de sete cabeças que apoquentava a marinhagem de quinhentos? Não, nada disso. Uma pobre e desorientada alforreca, que se aproximou da costa bem mais do que a prudência aconselharia e, de pronto, assarapantou a, até ali, aparentemente tranquila comunidade de lusos banhistas, que logo se organizaram em piquete de segurança e, munidos de pás e baldes de fazer castelos na areia, retiraram o «perigo» do mar, trucidaram como quem come gelatina e amortalharam num saco de plástico que enterraram (?) na areia.
Está salva a segurança dos banhistas e morta a inócua alforreca. O Mundo voltou a girar como é suposto... Mas a mobilização popular foi intensíssima! Imagino em que teria dado se se tratasse de alguma piranha amazónica (mesmo já frita e tudo). Não há National Geographic que pareça esclarecer o portuga com cultura de toureiro...
De volta a casa, atacou-me uma de elitista.
O povo, das quatro paragens da Grandessíssima Lisboa, parece vir desaguar ao areal de Carcavelos, na época balnear - vêem, muito ao fundo, para além do mar de carros, o forte de São Julião? Ora, aí estamos...
Os inocentes campos que já foram dourado trigal e que, ainda há pouquíssimos meses, me atraíram pela diversidade da flora que, espontaneamente, me ofereciam, estão esmagados ao peso de milhentas viaturas que infatigáveis arrumadores-por-conta-própria amontoam, de forma mais ou menos desordenada.
Eu, que até estaciono a viatura sempre MUITO longe da praia, tentando evitar pressões e cultivando o passeio pedestre, questiono-me:
- Se pago estacionamento, no centro de Carcavelos, inundado de parquímetros, para ir às Finanças, ou para ir às compras, como para beber um café com amigos, ou, ainda, para deixar a viatura e apanhar o comboio para o meu local de trabalho, por que raio de cargas de água é que hei-de assistir, impávido, ao despautério dos tais milhentos alienígenas, que me invadem e inviabilizam a praia - pois, pois, antes de me criticarem o pendor discricionário ou xenófobo, não se esqueçam que pago um IMI correspondente a zona de luxo, que está MUITO longe de o ser... - a estacionarem sem pagamento de um tusto que seja?!
A praia é de todos? Claro! Por isso mesmo o meu protesto, pois está a ser mais de uns do que de outros! Se têm dinheiro (ou cartões de crédito, verdade seja...) para comprar os carros e para pagar gasolina e gasóleo, hão-de tê-lo para pagar estacionamento dos ditos e para essa sublime função nacional que é dar sol ao abdómen e, assim, contribuírem com fundos para que a autarquia trate deste espaço com outros cuidados e meios que, até à data, têm escasseado.
Dir-me-ão que outros interesses há que mantêm este status? Pois talvez aqui se justifique o legítimo interesse da defesa da coisa pública contra indizíveis interesses privados e que, da expropriação à regulamentação deste espaço, os poderes instituídos e democraticamente eleitos exerçam os seus magistérios, também em defesa dos interesses de quem por cá vive. Senão fica-me a sensação de que estou eu e mais uma mão-cheia de tansos, a pagar para o usufruto (ainda que em más condições) dessa mole humana e invasora.
Não gostam? Comam menos! Fui, ainda há poucos dias, dizer (gratuitamente) uns poemas à Amadora e também tive de pagar parqueamento. E isto, sem bairrismos, quando se diz que o Sol quando nasce (como quando se põe) deve mesmo ser para todos, é porque deve passar por estas minudências.
(Claro que, aquando do meu estacionamento na Amadora, poderia ter colocado um papel onde se leria: o dono da viatura encontra-se em serviço de urgência a favor da cultura dos munícipes da Amadora, com institucional apoio da autarquia... Mas duvido que os agentes que vigiam os parqueamentos fossem sensíveis a tais ingénuos argmentos. Pelos vistos, talvez se lhes dissesse que tinha ido apanhar sol à Amadora, a coisa passasse melhor...)
E, ainda por cima, ali ao lado, a escassa centena de metros, a autaquia de Oeiras tem todo o estacionamento junto ao Forte de São Julião, à Marina de Oeiras e o acesso ao passeio marítimo sujeito a estacionamento pago. Claro que ali, doa a quem doer, está tudo limpo e arrumadinho, ajardinado e tal. Não é, pois, pelo encargo, que os passeantes abandonam a frequência.
Sempre me constou que a qualidade tem um preço. Haja, também, forma e meios de a pagar, claro, sem nos quedarmos sempre basbaques perante outros destinos de férias «lá fora», onde nos cai o queixo de inveja e espanto pelo cuidado patente em tudo o que nos rodeia...
Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 09:52 |
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