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mundo
Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é o mistério de todas as coisas

Federico García Lorca

Sendo este um BLOG DE MARÉS, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
julho 03, 2016

breve nota sobre passeio a Arouca e Serra da Freita
... e que Portugal temos!

Ora, bem... Arouca, ali como quem vai para o Porto, vindo de Lisboa, e em vez de virar para o mar e Aveiro, vira para dentro, passa por Vale de Cambra e já lá está - claro, passados que foram trezentos e tantos quilómetros, quase todos em auto-estrada (onde se recomenda a A17, pela calmaria de trânsito):


Com um bom  e bem dimensionado grupo de companheiros de viagem, assentámos teres e haveres no Hotel São Pedro, já em Arouca - que recomendo - e partimos para a satisfação da primeira necessidade básica, nestas aventuras: onde jantar e, muito preferencialmente, bem.  


Sem desprimor dos demais e porque o tempo sempre escasso não nos permitiu visitar todos, aqui vos deixo uma magnífica sugestão: o Restaurante Tasquinha da Quinta, no centro da localidade.


Apenas uma breve nota: a prancha de entradas e a vitela arouquesa deixaram-nos absolutamente convencidos.


Tempo ainda para uma espreitadela à Capela da Misericórdia...


... e ao Mosteiro de Santa Mafalda, ambos em Arouca, onde guias de ocasião nos prestaram informações preciosas para entendimento do que nos rodeava.


Um dos destinos previstos era o Museu das Trilobites (em Canelas, muito próximo de Arouca). 


Para além dos esclarecimentos científicos que podem ser profusamente colhidos no local e que não têm lugar neste breve apontamento de viagem, não quero deixar de divulgar que se trata de fósseis com 500 milhões de anos e dos maiores do mundo, colhidos numa pedreira ali localizada e que, por sinal, por uma gestão esclarecida e interessada, deu origem à criação deste espaço cultural, ponto de encontro já da comunidade científica internacional que se dedica a estas coisas...


A sua dimensão - gigantesca em termos comparativos com as que se encontram um pouco por todo o mundo - dever-se-á a razões várias, mas onde os cientistas ainda divergem. Certo é que, com tal dimensão, apenas se encontram outras manifestações no Canadá, não deixando de ser curioso o facto de que, na Pangeia (previamente à deriva de continentes), quando na Terra existiria um único continente (aí por volta de 200 a 540 milhões de anos atrás) - essa região do actual Canadá e a região do actual Portugal, que visitámos, se encontrarem muito próximas. 




E o objectivo primeiro desta passeata: os Passadiços do Paiva que, apesar do incêndio registado há cerca de um ano, foram prontamente reabilitados e ali estão, para nosso deleite. 

Recomenda-se a caminhada, ao longo de um trajecto de um pouco mais de oito quilómetros, em dia de semana, pois aos fins de semana, conforme nos constou, a romaria é infindável e algum encanto ficará beliscado pela enorme afluência de interessados... e a paisagem sente-se melhor com alguma tranquilidade em nosso redor.


A ponte, lá em baixo, assinala de algum modo, o início do percurso... 



O grupo de jovens caminheiros.



Dois trechos dos passadiços, obra de notável engenharia e de uma estabilidade contrária à aparentemente enganadora fragilidade da estrutura.


Pelo caminho, a maravilha de uma Natureza ainda não alterada pela mão humana. Aqui, claramente, o curso de água dirigido ao rio Paiva, ofereceu-nos o desenho inusitado daquilo que me pareceu ser um coração de filigrana... Apreciem vocês mesmos.


A maravilha da digitalis purpurea - dedaleira ou campaínha, para os amigos...


... espreitando as «marmitas» escavadas pelo sobressalto do Paiva no duro granito, esculturas autênticas e sempre de elegância imbatível.


Algures, a meio do percurso, uma ponte pênsil, a desafiar medos de vertigens, dando ainda mais tempero à caminhada. Enfim, opcional, para tranquilidade daqueles a quem a vertigem é mais forte do que eles.


E cada trecho mais belo e apaziguador do que aquele já transposto.


Um habitante apenas da profusa diversidade que por lá de vai vendo. Aqui vo-la deixo, à amiga lesma, pela pouco vulgar coloração (negro retinto), bem como pela dimensão - cerca de 12 cm em repouso contraído...

E mais não mostro, pois aquilo é para ser visto no local e cada imagem rouba a dimensão do encanto. É ir, senhores. A inscrição faz-se na net e custa 1 €.


No dia seguinte uma visita ao Museu do Convento de Santa Mafalda, cujo espólio ou recheio é muito digno de ser visto.


Depois, rumo à Serra da Freita, mesmo ali mais à frente, tanto mundo para ver. Desde os vestígios, ancestrais ou mais recentes, que os humanos foram por lá deixando, até à magnífica paisagem, que tem um ponto alto (na verdadeira acepção do termo), na Panorâmica do Detrelo da Malhada - nome que, por si só, já é um poema...


Aí travámos conhecimento com um grupo de simpáticos exemplares arouqueses - a quem, aliás, já tínhamos prestado outro tipo de honras no dia anterior, na Tasquinha da Quinta, nomeadamente.


A paisagem, serrana e montanhosa, em paletas que sempre nos surpreendem e inspiram...


... mesmo se condimentadas com alguns «tem-de-ser» que a constrangem.


Logo mais, a Frecha da Mizarela, segundo parece a maior queda de água da Europa... E mesmo que o não seja, ponto obrigatório para lavar os olhos cansados das rotinas citadinas.


E, de seguida, mais uma originalidade muito nossa: as pedras parideiras da aldeia de Castanheira. Quase-quase único no mundo, este fenómeno geológico, apesar de ter ali já o seu centro interpretativo, mereceria talvez outro resguardo...  Mas isso, serão outros cantares. 


As covinhas que se avistam na rocha granítica eram o leito parideiro das pedras paridas, também chamadas, localmente, de ovelhas ou de jogas, mas a que os geólogos chamam encraves.


Por mim, fico-me pelo encanto das paridas, para não enjeitar o esforço enorme das suas parideiras.

Enfim, cá me vai ficando a sensação, cada mais enraizada, 
de que não chega uma vida para saber de Portugal todo. 

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Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 12:11


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