maio 30, 2004
de JORGE DE SENA
(Estátua de Jorge de Sena, no Parque dos Poetas, em Oeiras)
QUISERA ADORMECERQuisera adormecer
como a criança acorda,
à beira de outro tempo, que é o nosso.
Só quero o que não posso.
- in 40 Anos de Servidão, ed. Edições 70.
maio 28, 2004
Sons No Parque Dos Poetas
Estou aqui perto de mim
Procuro o vento
No céu cruzado de andorinhas viajantes
Não há moinhos por aqui
Nem há gigantes
Nem por aqui há Dulcineias
Rocinantes
Aqui estou eu
Perto de mim
E isso é tudo
E o vento faz chegar a mim
Voz de poetas
Voz da matriz
Que não nos deixa ficar mudos
E esta voz
Que em nós grita
Que nos une
Que em nós se atiça
Sempre viva
Sempre lume
Este fremir
Este porvir que arde em nós
Não é a minha
Ou de ninguém
É a nossa voz.
- Jorge Castro
maio 27, 2004
De SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
(Estátua de Sophia Andresen no Parque dos Poetas, em Oeiras)
MAR SONORO
Mar sonoro, mar sem fundo mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós.
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.
- in MAR - Poesia, ed. Caminho.
maio 26, 2004
De ALEXANDRE O'NEIL
(Estátua de O'Neil no Parque dos Poetas, em Oeiras)
PERFILADOS DE MEDO
Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.
Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.
Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.
Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido...
- in Tomai Lá Do O'Neil - Uma Antologia, ed. Círculo de Leitores
maio 24, 2004
Mar de dúvidas - regra de três simples
Bush estará para Sharon, assim como Durão está para Jardim?
É terrível quando uma equação não tem X...
Um casamento e ene funerais...
A Letizia e o Felipe deram o nó, o que podemos admitir que deva ser uma coisa boa para eles.
Na Palestina e no Iraque morre-se e mata-se, sem que nada pareça fazer sentido.
Por cá a Manela a que temos direito, para iludir a questão do seu esquecimento sobre a venda de uma propriedade familiar, arroga-se presumir que um jornalista mete as despesas com o shampoo no IRS...
Nos EUA, Bush cai da bicicleta e esfola os joelhos.
Circunstâncias desgarradas ou talvez não.
Alguma coisa faria sentido se aquele casamento se realizasse no Iraque, sob bombardeamento americano, com o Bush e a Manela como padrinho e madrinha, respectivamente... Tudo em nome, claro, da igualdade de direitos e de oportunidades da Declaração Universal dos Direitos Humanos (alguém ainda se lembrará do que isso seja?...).
E, muito sinceramente, fica aqui declarado que não desejo qualquer mal àquelas duas almas que deram o tal nó... Mas a outra grande verdade é que também não tenho nada contra os iraquianos, que continuam a morrer e a matar, sem que nada pareça fazer sentido.
maio 23, 2004
Maré de Versos
Se deixámos de ser país de marinheiros, ficou-nos, segundo parece, a alma de poetas. E se, prosaicamente, quem canta seus males espanta, "cantando espalharei por toda a parte" a importância de ser e de estar vivo...
Em Oeiras, no Parque dos Poetas,o Zé Fanha animou a pequenada das escolas... que já vinha, de resto, animada de sobra, com obra feita e apoio dos professores carolas (os tais que se diz para aí - e bem - que integram o funcionalismo público). Pais e filhos contavam-se por várias centenas, apesar do tempo também convidar à praia... (- Aqui posso dizer viva o funcionalismo público?... Obrigado...)
Pelo arvoredo, cheio de vontade de crescer, do mesmo Parque, Florbela Espanca amava, como só ela, perdidamente...
Nas Caldas da Rainha, terra de insuspeitada quantidade de eventos culturais por metro quadrado, a Comunidade de Leitores e de Cinéfilos, realizou uma sessão de Cinema e de Poesia,no dia 22 do corrente, com o marquês de Fronteira, Fernando Lopes, Maria João Seixas e... alguns poetas (a foto é propositadamente brumosa, que a curiosidade matou o gato).

(Pois, pois... nestas coisas participa-se, não se cusca)
Este evento ficou a dever-se à teimosia empenhada e interessada da Palmira e do Carlos Gaspar, com o apoio sempre simpático e disponibilidade sempre presente da Directora do Museu de Cerâmica (se ela permitir, publicarei o nome), além da colaboração, também, da Biblioteca Municipal. Tudo gente que disponibiliza os seus sábados muito para além do círculo mais ou menos estreito das respectivas barrigas. E, assim, acontece!...
maio 22, 2004
Marear
Hoje, sábado, e amanhã, domingo, haverá muita Poesia em Oeiras e nas Caldas da Rainha.
Por lá cruzarei as ondas.
maio 20, 2004
O Estado Da Nação - Ficheiros Secretos
1. Há um ministro que testa equipamentos de segurança, nomeadamente um canhão de água, para dispersar multidões. Não porque o comportamento dos lusitanos especialmente o justificasse, mas porque lá vem o Euro 2004... E o canhão de água, deixado solto aos elementos, decide aspergir, com alegria e desvergonha, o senhor ministro mais a circunstancial comitiva, proporcionando ao grupo lustroso um repimpadíssimo banho.
Há alguma justiça nisto, é bom que se diga!
2. A ministra das Finanças, esquecida das críticas que o seu grupo partidário dirigiu - pelos mesmíssimos motivos - ao governo que antecedeu o actual, vai ao privado (salvo seja!) e descobre o gestor que estava a fazer falta para a área das contribuições e impostos. De caminho e para o homem ficar bem imbuído do espírito de servir que à coisa pública interessa, vai de remunerar principescamente o indivíduo - coisa a rondar os 5.000 contos mensais, fora os extras...).
Aqui a questão é saber se não haverá, naquela "corja de incompetentes e corruptos" que campeia na Função Pública, nenhum artista capaz de apresentar credenciais que garantam à senhora ministra um desempenho capaz, a preços que ela própria determina e mantém para os funcionários do Estado. É que se não há, então o que é que estão lá a fazer os "quadros superiores" da administração? A coleccionar anos para as respectivas reformas (que não serão despiciendas)? E a senhora ministra não os põe com dono porquê? Caridade, talvez...
E aquele gestor é tão bom, porquê? Pela sua acção na Médis? Constou-me que aquilo não andava a correr muito bem... Se calhar enganaram-me...
3. A gasolina continua a subir. A Galp (ainda do Estado), que pratica um preço cá e outro muito mais reduzido em Espanha, sobe os preços logo que é anunciado um novo aumento no mercado petrolífero. Ou seja, começa a facturar muito antes de ser facturada.
A lógica chula do Estado, que faz incidir os impostos sobre o preço da gasolina no produtor, faz com que a fatia da tributação aumente também, "acompanhando" o aumento verificado no tal produtor, sem qualquer lógica tributária, de justiça social, ou racionalidade em geral, para além do consabido esquema de chulice desenfreada e sem controlo de qualquer espécie...
Mentira? Pois!... Então porque é que a gasolina está cerca de 17 cêntimos por litro mais barata em Espanha?
Comentário final: Há já algum tempo que eu ando a desenvolver a tese de que Portugal foi invadido por extraterrestres. O mundo inteiro que se cuide!
maio 19, 2004
Para quem vai no meu falar...
Ontem assisti ao parto do livro "
FALAS DA TERRA".
Obra com uma mãe -
Ana Paula Guimarães - e dois pais assumidos -
João L. Barbosa e Luís Cancela da Fonseca. Parteiro: Edições Colibri.
Para todos aqueles que, na arte de juntar palavras, sentem curiosidade em saber de onde vimos para melhor apuro dos caminhos a trilhar, recomendo vivamente este livro sobre natureza e ambiente na tradição popular portuguesa.
Respigo, para aguçar interesses, logo da página 13, onde se descreve a terra, primeiro enquanto solo arável:
Eu sou devedor à terra
A Terra me está devendo
A terra me paga em vida
E eu pago à terra em morrendo.
Ou
O meu coração é terra
Hei-de mandá-lo cavar
Para semear saudades
Que tenho de te falar.
Depois, a terra enquanto planeta vivo:
No princípio do mundo, quando o homem cavava a terra, esta abria bocas e gritava. O homem queixou-se ao Senhor, e o Senhor disse à terra: "Cala-te, que tudo criarás e tudo comerás".
maio 17, 2004
Maré negra
Se não andasse tão à rasca de dinheiro, daria até o meu reino para que alguém me desse uma resposta inteligente, consistente e pertinente às seguintes questões:
1. Porque é que a gasolina da GALP em Espanha é mais barata do que a mesma gasolina da GALP em Portugal? (Hoje até desceu 1 cêntimo... Será uma Zapateirada?)
2. A gasolina nunca esteve tão cara em dólares como está agora. Mas o dólar não tem vindo a desvalorizar-se em relação ao euro?
3. Mas, afinal, porque é que o petróleo está mais caro? Pelas negociatas da pandilha que sustenta Bush e dos chineses? E que é que os desgraçados dos iraquianos têm a ver com isso?
4. Poderá haver portugueses a explorar petróleo no Iraque? Será este o começo do fim do mundo "civilizado" tal como o conhecemos?
5. Para quando os carros obrigatoriamente movidos a electricidade, para uma tentativa de reordenamento da sanidade mundial?
Maresias
A luta entre a vida que se vive e a que se julga digna de ser vivida faz-me, por vezes – e envergonhadamente o confesso – fixar longamente o monitor, até às lágrimas, sem resultados práticos de produção escrita. Aí, em desespero de causa e com sinceras suspeitas de que o Alzheimer ronde a minha porta, dou um salto ao blog Abrupto, onde a luz é tanta que ilumina, ofuscando, até as mentes mais coriáceas...
O seu autor – e eu sei de antemão que aquilo que (pobre de mim) eu possa dele dizer nunca se confirmará – ressalta, entre o brincalhão irónico e o sarcástico enfatuado, espargindo luminescências a torto e a direito, que me abrem sempre novos caminhos imensos de inspiração. Só por isso eu deveria estar grato.
E, no entanto, assim não acontece. Pelo contrário, quiçá por estúpida ingratidão, sinto sempre aquela ardência das urtigas a fustigarem-me as meninges e com uma frequência inusitada, já que aquele manancial de referências integra o escasso
corpus de não mais de cinco omniscientes filósofos que, nesta terra pequena, opinam sobre tudo e sobre todos, qual farol pentagonal de sabedoria lusitana.
Encurtando razões, o homem irrita-me. O que é que eu hei-de fazer? Irrita-me!... A propósito das sevícias sobre os prisioneiros iraquianos, o nosso mentor acha por adequado descentrar a questão para um transcendente relatório que implica militares portugueses, em pleno PREC – leia-se,
há cerca de trinta anos – e as FP25. Ainda os actuais soldados americanos não eram nascidos, coitados...
Pelo caminho, questiona tudo que é mente instruída sobre o que pensaremos dele se um dia o virmos a utilizar, como se de velhas bragas descidas se tratasse, o termo “olimpianismo”, neologismo que lhe está a fazer muita falta ao rigor... Por mim, tudo bem, desde que não influencie negativamente crianças de tenra idade.
Também por ali se faz eco de um texto que evolui acerca das velhas questões de Galileu com a Santa Madre Igreja do seu tempo, claro. Mesmo aqui, pelo arrazoado do texto, se fica com algumas dúvidas quanto à teimosia do velho Galileu. Lemos:
"chega mesmo a ser irónico o problema epistemológico, afinal o cardeal inquisidor estava mais próximo da visão actual da ciência do que à primeira vista parecia”. Não sei se Galileu, com o cheiro a chamusco dos pêlos das pernas, terá considerado a ironia do problema epistemológico ou se subscreveria o tal arrazoado, mas a verdade é que não será fácil dele apurar o parecer.
E, assim, de pequena limadela numa fractura da História até à perfuração petrolífera da interpretação pessoal, o autor do Abrupto chegará a convencer-nos de que já Geraldes, o Sem Pavor, praticava a degola de inimigos ao pequeno-almoço, vindo a conotar-se como força do Mal, acolitado por um tal Afonso que, por sua vez tratava mal a senhora sua mãe, dando péssimo exemplo às gerações vindouras e legitimando todo o despautério que se perpetrou na matéria e até aos dias de hoje. Já para não falar de Átila e por aí fora (vais ver que é da natureza humana)...
Depois, insurge-se contra comentaristas e outros jornalistas que se indignam com as verdades que ele defende, acusando-os de não praticarem equanimidade de tratamento às Rússias e às Chinas e às Cubas e aos Bangladesh e às Faixas de Gaza e às Eritreias e sei lá que mais, quando toca às liberdades e demais minudências de direitos humanos... Pacheco, homem, então você acha que para se ser objectivo (ainda que tendencialmente...) no repúdio ao atropelo das liberdades no chamado mundo ocidental é necessário, como se de purga espiritual se tratasse, vituperar primeiro os “agentes internacionais do Mal” e mais quem os apoiar? Caramba, homem, você às vezes parece um puto queixinhas...
maio 13, 2004
Há Mar E Mar...
Estive para intitular este 'post' como Maré Publicitária mas, por associação de ideias e identidade cultural, penso que aquele título é mais apropriado...
Vem isto ao caso de eu andar a adquirir a colecção de autores que o Independente vem publicando nas últimas semanas. Quatro euros, bons autores
'resgatados dispersos de imprensa', ao alcance de bolsas até a dar para o carenciado - perdoa-se mal a imensidade de gralhas que grasnam naquelas páginas.
Leio, do Alexandre O'Neill, no seu "
Coração Acordeão", esta pérola:
"Eu: - Então neste restaurante, que está numa quinta tão bonita, não há rebanetes para pôr na salada, como eu pedi?
Empregada: - Não! Aqui só há árvores e talheres."
Por vezes, a simplicidade da vida está tão próxima e é tão óbvia, que nós nem damos por ela!...
maio 12, 2004
Questão idiota, extemporânea e demagógica
Já pensaram que os infindáveis recursos que o "mundo ocidental" e outros andam a delapidar para se prevenirem contra as anunciadas "actividades terroristas" se calhar dariam, por si sós, para acabar com as raízes do terrorismo: a miséria, a fome, o desespero, a falta de acesso à cultura, etc., etc. etc.?
Esta é uma questão assumidamente idiota, extemporânea e demagógica... mas - que querem? - ouvindo e vendo os noticiários televisivos apenas me ocorrem questões idiotas, extemporâneas e demagógicas.
maio 10, 2004
Mar abrupto
Em 9.5.04,
eu li no Abrupto:
20:59 (JPP) - VIOLÊNCIAS SOBRE PRESOS
“
Há um documento português, posterior ao 25 de Abril, demasiado esquecido, que retrata uma realidade idêntica àquela que envolve alguns soldados americanos. Chama-se Relatório da Comissão de Averiguação de Violências Sobre Presos Sujeitos às Autoridades Militares, editado pela Imprensa Nacional em 1976. É hoje uma raridade bibliográfica. Algumas das sevícias cometidas são semelhantes àquelas que foram infligidas aos prisioneiros iraquianos, em particular, humilhações de tipo sexual. Nesses comportamentos destacou-se o Regimento de Polícia Militar então dirigido, entre outros, pelo Major Tomé, posteriormente dirigente da UDP.”
Posso comentar? Então, com sua licença:
O nosso ilustrado JPP pretende o quê com aquela “entrada”? Deixo aqui algumas sugestões interrogativas:
1. Sugerir que os soldados americanos aprenderam as técnicas de sevícias com os magalas portugueses, sempre preocupados em dar novos mundos ao mundo?
2. Desculpabilizar, minimizando pela vulgaridade, as atitudes criminosas dos soldados americanos porque não foram os primeiros a praticar tais actos?
3. Provar,
urbi et orbi, que pesquisa que se farta e que se não é ele próprio a chamar-nos a atenção para o facto, teme passar despercebido tal afã inquisidor?
4. Vingar-se de algum pecado velho, a que o pudor tem aconselhado recato?
Imagino-o, amiúde, de toga e sandálias, pedagogo laureado perorando ao povo das virtudes do saber. Mas deste escapou-me o alcance...
Não se percebe. Não se alcança daquele textículo a intenção que, como é apanágio de JPP, é seguramente das melhores... das tais de que estará o inferno repleto, segundo alguns sacristas nos informam.
maio 07, 2004
Mareando...
"O país que precisa de um salvador não merece ser salvo"
-
Millôr Fernandes
maio 04, 2004
Maré Educativa
O FC Porto ganhou ao Corunha. O Carlos Cruz foi dormir a casa. Durão recebeu Zapatero com sorriso amarelo e o Iraque atravessado na garganta. Posto isto, em termos de matéria informativa, já tranquilizei a consciência cívica...
Agora,
onossopaisito: Drama na colocação de professores. Tragicomédia na colocação de professores. Palhaçada na colocação de professores... O que é que se passa
nestepaisito?
O Presidente Sampaio diz que é preciso apostar no Ensino e na Educação. O Durão, também, e ele é qualidade para cima e competição para baixo e o diabo a sete. O Guterres já disse o mesmo; este tinha mesmo uma fixação amorosa pela coisa. O Cavaco, o Mário, o... o... o... Se recuarmos um pouco mais, seremos capazes de divisar, nas brumas da memória, o Camões, o D. Dinis e, lá mais ao fundo, talvez até o próprio Viriato, todos eles preocupados com o estado do Ensino e da Educação!...
Profundas rugas preocupativas sulcam as carantonhas de todos os insignes pensadores nacionais, cada um com mais ou menos pêlos, mas todos preocupados com essa coisa fugidia que é o Ensino e essa outra não menos fluida que é a Educação.
E nisto chega o Ministério - um de cada vez e ano após ano - e faz um concurso de professores novo, outra vez ano após ano e em cada ano mais complexo, aberrante, falível, aldrabado, permeável, incredível, injusto, inoperante e, acima de tudo, misterioso. Ninguém sabe quem o faz, ninguém se responsabiliza por ele, os interessados não podem controlá-lo... enfim, um monstro extraterrestre, inominável, sem pai nem mãe, eventualmente bastardo de ministro.
Todos os anos é notícia patética - e seria risível se não fosse, aqui e ali, trágica - a colocação de professores e a enxurrada de descontentamento e desestabilização para os próprios e respectivas famílias, para os alunos e respectivas famílias, para o país e respectiva família.
Entretanto, o pouco-muito que se faz nesta área, ainda assim fica a dever-se à carolice do pessoal docente.
Felizmente, há uma catrefa de malta pensadora preocupada com o estado do Ensino e da Educação
nestepaisito, senão não sei mesmo aonde iríamos parar!...
maio 03, 2004
Maré de deixa-me rir...
Lemos nos jornais:
Supersegurança Prevista para o Sporting-Benfica Sexta-feira, 30 de Abril de 2004
Meio milhar de agentes da PSP e 400 assistentes ("stewards") estão mobilizados para garantir a segurança jogo Sporting-Benfica, a realizar domingo, em Alvalade (19h15, RTP1), a contar para a 33ª e penúltima jornada da Superliga - o encontro é decisivo para a entrega do segundo lugar, que dá acesso à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões e é considerado de "risco elevado" pelas autoridades.
Assistimos, no Domingo:
Pois, pois... cá para mim, que não sou nem quero ser licenciado em futebol, em boa verdade vos digo, irmãos, que o problema da segurança nos estádios portugueses é de muito fácil resolução:
- basta coser um elasticozinho ao boné dos polícias e, assim, os efectivos terão sempre as duas mãos livres para melhor actuarem.
Como as coisas estão, com os pobres agentes a terem que pagar pelo fardamento deteriorado ou extraviado em plena acção, é que não vamos a lado nenhum! Aquilo é uma preocupação danada. Já viram o rombo familiar se um homem regressa à esquadra de careca à mostra?
(Não me venham agora dizer que isto não é uma crítica construtiva...)
maio 02, 2004
MÃE, FIZ-TE UM POEMA DE VERSOS
Com três letrinhas apenas
Mãe?
E então o til?
O tal que te faz para mim
Seres a única entre mil
Entre mil milhões talvez
Era uma vez essa história
Que por amor me contavas
E eu menino outra vez
Por amor acreditava
Três letras de mãe apenas
Difíceis de soletrar
Contra a noite
Contra as penas
Serenas as tuas mãos
Amenas
Mãos do teu doce afagar
De todas as mães do mundo
Das mulheres todas
No fundo
Porque mãe não há só uma
És uma e só uma
Mãe
És a minha e mais nenhuma
O menino de sua mãe
Sou
Era
E amanhã serei
Alguém com a sorte de ser
Deste mundo todo o rei
E tão só por se saber
Menino de sua mãe
Minha mãe és o poema
Dos versos que me ensinaste
És a rua onde nasci
A terra em que me criaste
Foste a vida à minha volta
E eu em volta de ti
O Sol és tu
Eu a Lua
Mãe
Eu vou contar-te em segredo
Pela vida que vivi
E que te deixo num beijo
Essa verdade que é tua
De outro verso que aprendi:
Quem tem mãe chama-lhe sua...
- Jorge Castro, Maio de 2004
maio 01, 2004
A Manuel Freire
Ontem, ouvi Manuel Freire cantar e dizer poemas, ao vivo, na Cidadela de Cascais. Pelo caminho, partilhou connosco histórias de vida, saborosas e coloridas.
Há momentos da nossa vida em que trinta e cinco anos não passam. E não é a saudade que fica. É a vontade de viver.
Um bom primeiro de Maio para todos os que por aqui passarem.
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