junho 30, 2004
A PORTUGUESA (ALMA)
(Sim, inspirei-me no futebol. E depois? Alguém tem coragem para dizer que tem alguma coisa contra?)
- Sobre o poema de Henrique Lopes de Mendonça
Heróis do mar feito de ondas revoltas
Nobre povo que no infortúnio se afoita
Nação valente a erguer-se da agonia
E imortal por sonhar só horizontes
Levantai hoje de novo com orgulho
O esplendor de Portugal nessa ousadia
Entre as brumas de temores que asfixiam
Da vitória este sabor que inebria
Oh pátria sente-se a voz entranhada
Dos teus egrégios avós que assim garante
Que há-de guiar-te este pulsar generoso
À vitória que persegues dia-a-dia
Às armas correrás contra a injustiça
Às armas correrás contra a vileza
Sobre a terra e sobre o mar e sobre a vida
Às armas das tuas mãos pela alegria
Às armas da tua alma pela grandeza
Pela pátria lutar em carne viva
Contra os canhões do abandono e da tristeza
Marchar será sempre o teu destino
Marchar e sempre povo à portuguesa.
- Jorge Castro
junho 29, 2004
Maré patriótica...
... e, de súbito, em ribombar de trovão, ecoou pelo estádio, em brado uníssono de fervor patriótico, a seguinte estrofe:
"Contra aldrabões, marchar, marchar!"
E não é que a métrica estava certa? Tal como a oportunidade...
A Funda São Na Mealhada - Efeméride... II
Um breve apontamento que deixei em claro lá mais para trás: sugeria eu que se desenganasse quem julga que o mundo está no caminho da perdição... Pois, mas esqueci-me de complementar, a modos que homenageando a matriarca da ideia em neologismo devido, que, pelo contrário,
o mundo está no caminho da ganha
São!
(Pois é, Gotinha, as minhas fotos - a existirem... - são, como eu, em tecnologia tradicional. Virão com o tempo...)
junho 28, 2004
COLHEMOS ROSAS NO MAR...
(Portugal vive mais um entre-acto, entre o pindérico e a tragi-comédia, que não deixa, afinal, de nos causar mossa a todos. Serão os fados, talvez. Seremos nós.
Por vezes estranho este país. Por vezes sofro com ele. Mas estou aqui e respiro este ar que a todos nos toca. E não consigo ficar indiferente.)
Colhemos rosas no mar
Cheias de espinhos
E não há pão nestas redes sobre a terra
Ficam-se as mãos estendidas para o destino
Ficam-se as mãos assim ao abandono
Laceradas num torpor
Num desalinho
Que nem gritam de fome
Sobrevivem
Emudecidas
Sem noção das alvoradas
Sobra-nos só esta urgência de cegueira
Perturbada por igual por outras pressas
De corrermos sempre à frente desta vida
Sem cuidarmos de saber que vida é esta
E atingido aquele final num dia-a-dia
Qualquer
De incertezas mais que certas
Damos por nós
Hirtos e quedos
Aborrecidos
Mais não restando de nós que alento incerto
Bastaria que no tempo sem sentido
Olhasses para as tuas mãos que tanto esqueces
E com elas construísses a alegria
De intervir
Na cumplicidade dos dias
De moldar
O barro dócil dos sentidos
Não as tendo como agora
Amolecidas
Neste tempo que sem mãos se entristece.
- Jorge Castro
junho 27, 2004
Brevíssima ausência...
Amanhã participarei num pequeno combate de âmbito laboral. Nada de transcendente para a Humanidade, mas uma pequena gota do manancial de que as nossas vidas são feitas. Não visitarei, por isso, este antro de perdição em que se me está a transformar a blogosfera...
E isso interessa a quem?... Mas, apesar disso, senti vontade de vir cá dar esta satisfação...
(Nota lateral: os blogs do sapo andam muito avessos à entrada de comentários, o que me tem impedido de por lá deixar rasto... O sapo está parvo, ou quê?... Fustiguem-no, gentes!)
junho 26, 2004
A Funda São Na Mealhada - Efeméride...
Pois foi e soube a pouco. Dia 25 de Junho de 2004, nadei até à Mealhada, Restaurante Simões dos Leitões (publicidade não paga) correspondendo ao escabroso apelo da São Rosas para um encontro-jantar de afectos e outras poucas-vergonhas...
Fui (fomos) recebidos pela anfitriã com pompa e cortinados. Os circunstantes, garbosos magriços das justas da Blogosfera, excederam as expectativas quanto ao decoro, apetite e arte de cavalgar toda a sela. Houve, mesmo, quem tivesse optado pelo comboio...
Os leitões, ladeando a tapeçaria vermelha, acolheram-nos com palmas e pétalas perfumadas de flores... Após a massagem tailandesa e os afrodisíacos chamuçais, directamente retirados de diáfanas vestes de um mouro do Norte, fomos degustando as opíparas partes dos leitões que se ofereciam, despudorados, sobre a mesa, envoltos em salada, molhos exóticos e regados a espumoso (branco ou tinto), gelado e a gosto. Um arroz do mar contemplava paladares mais requintados...
No fim do repasto, houve exposição de parte ínfima do profuso espólio de arte erótica da maravilhosa anfitriã, cantaram-se as Orgíadas e recitou-se a Ode, da autoria deste interessado participante, relativa ao evento.
A noite prosseguiu em Coimbra, junto às águas do Mondego, que assistiram ao culminar desta jornada sensual, com os participantes envoltos solidariamente em cobertores, que a noite refrescava... Lá para as quatro se rumou às respectivas casas.
Melhor foi experimentá-lo que julgá-lo. Dedico, no entanto, toda a emoção por mim vivida neste saudável convívio a todos os visitantes dos Sete Mares, que não deixaram de estar comigo, por alma e coração, ainda que em pungente ausência física.
Pois é, meus amigos, que se desengane quem julgar que o mundo está no caminho da perdição!
junho 24, 2004
A Selecção de PORTUGAL está nas meias finais...
... e isso é uma coisa boa. Muito boa. Eu, que nem vou muito à bola com estas coisas da bola, gostei muito do que vi. Atitude. Determinação. Vontade clara de "chegar lá".
Muito positivo! O país festeja... o quê? Apenas a vitória da Selecção de Portugal - é verdade, escrevo com maiúsculas, porque creio que deram provas de que são gente grande.
Mas Portugal festeja, apenas e tão só, a vitória da Selecção de futebol. O frágil raminho da auto-estima que, de súbito, floresce em duna de areia. E, por isso, acho que isso é muito positivo.
De resto, Portugal está como estava imediatamente antes de começar o jogo contra a selecção de Inglaterra. E, aqui, interessa colher os ensinamentos que possam ser colhidos sobre a Atitude, a Determinação, a Vontade clara de "chegar lá", em cada avançada das nossas vidas, para que o raminho se faça árvore.
Se desatarmos todos a meter golos nas balizas das nossas vidas, mesmo sem luvas, com a vontade a que ontem assistimos, Portugal será mais que um jardim à beira-mar. Será Portugal inteiro! E, como se viu, é possível.
Que ninguém adormeça em cima do "foi quase!..." e respiremos todos um enorme
"VAMOS A ISSO!".
Para que VIVA PORTUGAL!
junho 23, 2004
Maré de ranger os dentes... (notícias dos telejornais)
1. Valor de passe social indexado à declaração do IRS...
2. Ramalho Eanes trocado por Costa Gomes no exame nacional de História...
3. Bandeiras portuguesas fabricadas em Taiwan e vendidas em Portugal...
4. Água 3% mais cara, na região de Lisboa, excepto para famílias com 5 pessoas ou mais...
Caramba, dêem-me lá uma ajuda: eu terei ouvido bem? A estupidez declarou Portugal zona libertada?
Alguns comentários, porventura já afectados por este vírus imbecilizante:
De 1. Agora é que os transportes públicos vão ficar porreiros, pá! Com os passes quase de borla para os "patos-bravos" (coitadinhos, que são os que têm declarações mais pobrezinhas) e como eles só andam de Mercedes, então, prontos... Mercedes em vez de autocarros e comboios, pois...
De 2. Feita a proporção à distância e ao tempo, aquele lapsozito daria a modos que trocar o D. Afonso Henriques aí pelo D. Dinis... Nada de muito grave... Não eram todos reis?... Então...
De 3. Já viram os castelos da bandeira portuguesa disfarçados de dragões chineses. Eheh... Até ficam com um ar exótico. Vais ver foi alguma vingança do Pinto da Costa por causa daquele história do Vítor Baía... (Castelos, dragões... estão a ver, não é?... eheheh...).
De 4. (De quatro já estou eu, feito burro) Famílias com mais de 5 pessoas? Ei-las, são as "tias da treta", as prolíficas, as mulheres dos "patos-bravos" de lá de cima, tudo a encher as piscinas com a "água dos pobres"...
Não, agora a sério: não se pode exterminá-los?
POEMA DE REFERÊNCIAS
Há sempre alguém que nos diz: “Tem cuidado!...”
Mas há sempre um tempo de ousadia
De vontade
De não se ter mão em nós
E dar a voz
Contra as sombras de medo na cidade
Há sempre ao nosso lado a rebeldia
Há essa fúria
E um sentir
Que em nós perpassa
Que se atravessa no caminho da amargura
Do abandono
Da demissão
Da desgraça
E que o poeta lançou contra a noite escura
Cantando soltas trovas no vento que passa
Assim cantando espalharei pela cidade
As flores sem tempo
Sem prisões
E sem idade
Nesse tropel de sangue vivo que entontece
Que estremece
Em nós lembranças de trigais
Ao pressentirmos mares abertos
Tantos mais
Na descoberta de outro viver que acontece.
- Jorge Castro
junho 22, 2004
Um projecto português, com mar ao fundo... (proposta suicidária)
Introdução
Por vezes avassala-me uma espécie de raiva miudinha - mal sei descrevê-la de outra forma... - que me leva a questionar os pobres dos meus progenitores quanto às razões que os levaram a ter-me aqui, tão perto das salsas ondas de um país tão entristecidamente atlântico, meridional e pasmado, em vez de terem ido até ao Canadá, Nova Zelândia, Austrália, nessa hora fausta do meu ingresso no mundo... sei lá...
Capítulo 1
Uma ideia que nasce. Um projecto. A pedrada num charco qualquer da vidinha mole e pantanosa. A troca de impressões sobre a coisa. O entusiasmo. O projecto que já voa, em céu azul ou tormentoso. Os amigos. Os conhecidos. Os simpatizantes. Os aderentes.
Capítulo 2
Um mês de interrupção. Chega a época natalícia. O mundo está em paz. Se não está, devia estar. Exortam-se os homens de boa vontade e pés na terra e respectivas famílias ao aconchego do lar e dos centros comerciais. As férias dos filhos. A ida à terra. A terra à ida. Os perigos na volta. O álcool nas estradas.
Capítulo 3
O encontro preparatório. A bola de neve. O crescendo. O ‘glissando’. Os projectos do projecto. A análise da situação. As medidas a tomar. As análises das dificuldades. As medidas a tomar. A distribuição das tarefas. As medidas a tomar.
Capítulo 4
A quinzena da época pascal. Os folares. A família. A ida à terra. A terra à ida. Os perigos na volta. O álcool. As férias dos filhos. A praia, já agora, aqui tão perto e o Sol sempre nosso e benigno até não o ser e, então, ainda falta muito para se pensar nisso...
Capítulo 5
A tentativa de retoma do projecto (lembras-te?...). O reencontro. O re-projecto. As novas dificuldades. As novas caras. As novas questões. A tentativa de reformular o projecto... (afinal, que projecto?...). A eventual contestação à ideia que nasceu lá para trás. A reformulação. O contra-projecto.
Capítulo 6
As férias. As nossas. As dos filhos. A praia. O campo. As compras das férias. As compras da praia. A ida ao estrangeiro. O ficar cá. A ida à terra. A terra à ida. Pior, à volta. O álcool. A periculosidade nas estradas. As férias dos tribunais. Do Parlamento. O desfasamento das férias desta empresa. E da outra. E passa-se Julho nisto e Agosto e Setembro, que já corre por ali fora, traga-vidas. E eu que vou. E tu que vais depois. E o outro que ainda há-de voltar. E aquele que alterou. E aqueloutro que não dá notícias.
Capítulo 7
Uma nova ideia que nasce. Um novo projecto. A pedrada nova num charco qualquer da vidinha mole e pantanosa. A nova troca de impressões sobre a coisa. O renovado entusiasmo. O actual projecto que já voa, em céu azul ou tormentoso. Os amigos. Os velhos amigos. Os conhecidos. Os novos conhecidos. Os simpatizantes de sempre. Os aderentes.
Capítulo 8... para quê? Mas, muito principalmente, para onde?... Entrega-se o
Epílogo a quem provar pertencer-lhe.
(Vá lá... não me falem de pessimismo, que eu ainda acabo por acreditar que seja verdade... E também não me parece estar a sofrer de auto-comiseração... pelo menos, ainda agora vi o pulso e estava tudo normal!)
PERCURSOS SUAVES
Dá-me um cesto de laranjas
Dar-te-ei sumo de amores
Dá-me um cento dos teus búzios
Dar-te-ei colar de afectos
Dá-me um sítio onde me pouses
Dar-te-ei jarras de mimos
Dá-me um lugar onde me uses
Dar-te-ei um lar de flores
Faremos um doce amargo
Ensaios de despedida
Faremos janelas de almas
Abertas para o mar largo
Deste mar que é uma vida.
- Jorge Castro
junho 21, 2004
Inquérito
O
Vizinho pede-nos que colaboremos com o Jornal El Mundo, no inquérito promovido para apurar qual a causa da derrota da selecção espanhola no jogo contra a selecção portuguesa.
Não custa nada ajudar ao esclarecimento dos povos... Fica ao alcance de um clic:
Votem aqui. Há uma opção mais interessante do que as outras... Tentem lá descobrir qual é...
E, já agora, com a mesma preciosa ajuda do Vizinho, aqui fica o "esquema" do glorioso golo, para os estudiosos da coisa.
Vai de clicar!
(Como no aproveitar é que está o ganho, sempre aproveito para treinar eu o esquema dos links...)
Slogando: FUMAR MATA!
(Eu até sou tolerante com os fumadores que gravitam perto de mim. Mas porque considero, sinceramente, que eles andam a dar cabo da própria saúde e a incomodar os outros, mas também porque qualquer dependência me provoca alguma urticária, aqui deixo um breve momento de reflexão...)
Fumar mata!
Fumar bosque
Fumar floresta
Fumar basta
Fume lá esta
Não seja besta
Deixe essa bosta
Largue essa treta
Faça uma aposta
Chupe na teta
Bata na testa
Morda o chiclete
Trinque na tosta
E se ainda gosta
Do pulmãozito
Que triste resta
Faça uma festa!
- Jorge Castro
junho 20, 2004
Verde Mar... e vermelho
... acabei por não comer caracóis... Mas ganhou o melhor!
Mar de relva
A cerca de uma hora do início do jogo que irá parar Portugal, aqui ficam os meus votos para que ganhe o que mais merecer, pela atitude, empenhamento e... arte da bola. Se for a selecção portuguesa, tanto melhor. Se não for, paciência... Em qualquer caso, amanhã é dia de trabalho.
Cá por mim, vou comer uns caracóis, acompanhados por uma cerveja estupidamente gelada. Claro, enquanto assisto, eu também, ao jogo...
VIDA

Recebi a imagem por email. Desconheço a autoria. Mas quis deixá-la por aqui, neste modesto diário de ocorrências, como um pequeno apontamento da vida, que corre por aí à solta e, tantas vezes, nem damos por ela...
junho 18, 2004
HOJE EU CÁ CELEBRO ABRIL
Hoje eu cá celebro Abril
Não o Natal
Nem os santos
Nem tristes fados
Nem prantos
Hoje eu cá celebro Abril
Celebro o nascer da aurora
A promessa de outra era
A quimera
A utopia
De renascer cada dia
Céu de nuvens de grinaldas
Arco-íris do olhar
Hoje eu cá celebro Abril
Nem se me dá que não gostes
De prados verdes
Campinas
De altas montanhas
Ravinas
Ou do bramido do mar
Por mim sorvo a tempestade
O trovão ao fim da tarde
O arrulhar destas rolas
Por entre a vida desperta
No vermelho das papoilas
Hoje eu cá celebro Abril
Celebro o dia da festa
Nesta nau à descoberta
De um outro dentro de mim
Que sorva o ar às golfadas
Entre duas gargalhadas
E horizontes sem fim
Hoje eu cá celebro Abril
Entre a multidão que grita
Tal bramido de regato
Multiplicado por mil
Que a chuva
A neve
E o vento
Em tempo de invernia
Despenham contra o granito
Da mais fera penedia
Hoje eu cá tenho para mim
Fazer de Abril uma dança
A farândola sem fim
Feita riso de criança
Um Abril feito mulher
Feito homem
Feito esperança
Esse o Abril que renasce
Que se renova e acontece
Sempre que um homem quiser.
- Jorge Castro
(Nota: Apenas porque tenho para mim que é essa alegria de Abril que nos faz falta enquanto povo, pelo que nunca será de mais cantá-lo... ainda que a voz nos doa!)
junho 17, 2004
A Publicidade No Seu Pior...
... ou de como as palavras podem destruir uma imagem:
(Publicidade no DN, de 12 de Junho de 2004. Foi propositadamente apagada a entidade bancária anunciante)
Conseguem ler o texto? "Temos equipa para vencer. Vamos deixá-los em ruínas. Portugal - Grécia"
Reflexão 1: Que frustração tão grande, que ressentimento tão exacerbado alimentarão o "criativo" que desenterrou esta pérola de estupidez? E que matéria suspeita se agitará no cérebro (?) de quem pagou para que isto fosse publicado?
Reflexão 2: Não serão atitudes destas, bacocas, foleiras, desajustadas, imbecilizantes, que tanto ajudam a mergulhar o "espírito desportivo" num atoleiro de frustrações (mal) sublimadas?
junho 16, 2004
SONHOS DE ÁGUA (o meu amor diz que vinha...)
Ondulações de verde mar
A tua pele
Sempre feita de marés
Tão inconstante
A tempestade
A fúria
O mar
Do teu viver
O meu estar perto de ti
Por breve instante
Esse pulsar
Que traz da terra o teu calor
E as tuas mãos
Ruas abertas no meu corpo
Viajante
Tanto eu me sei
Quanto te quero
Onda na areia
Bruma de sais
Branca de espuma
Ais de sereia
Alucinante
Alucinada
Assim te espero
Assim te quero
Tanto quanto nem sei bem
Por desencanto
Das marés sonhando água
Por te querer mais que a ninguém
E tu não vens
Já se escondeu a Lua Cheia
E tu não vens...
- Jorge Castro
(- Isto, porque nem só de pão nem de pedras vive um homem. Por vezes, há sonhos que nos alimentam de quase nada... mesmo quando, por fim, nem vão além de não serem mais do que sonhos, que nunca aparecem, ainda que a Lua acolá venha...)
NOTA IMPORTANTE - Pela graça e pelo enlevo, vejam só, aí nas Ondulações, a desgarrada poética que a
Etérea comigo manteve.
junho 15, 2004
SER SOLIDÁRIO
Nesta vida ser só um
Mas ser de todos
Talvez
Ser-se uno a bem de mais
Ser-se assim
Para depois
Ser solidário
Ter em si
O dom de dar
De se dar
E assim saber
Que do dar ao receber
Fica apenas o querer
Ser solidário
Dar a vida
Se calhar
P’ra mais vida receber
Mas ser uno
Sempre mais
Porque nunca é demais
Ser solidário
Ser um por todos
Talvez
E por todos ter de ser
Apenas por se querer
Ter na vida a ilusão
Desse dia em que serão
Todos por um
Solidários.
- Jorge Castro
MONUMENTO AOS DESCOBRIMENTOS
Imóvel
Absorto
Enchapelado
De nau em riste
E na mão o mundo todo
Henrique fita margens só de névoas
Como se o mar se cumprisse na outra banda
Atrás dele uma turba espreita as dores
Que lhes chegam
Rio abaixo
Rio acima
E as velas não se enfunam
São de pedra
Nem navegam
Encalhadas nas neblinas
Por terrores bem piores que o escorbuto
A espada com o seu gume embotado
Nem as rotas de sangue ela já talha
Nem sequer fere de lágrimas esta raiva
Incrusta-se no convés da caravela
E se é mastro
Que sustenta esse velame
Também crava aquela nau de encontro à margem
Alfinete cruel em borboleta
Que por não poder voar
Perdeu o rumo.
- Jorge Castro
junho 14, 2004
Também me deu p'ró Santo António, lá por Alfama...
Santo António dengoso
Os teus olhos são derriço
Os meus p'ra ti são tições
Se me deres um manjerico
Pagar-te-ei em balões
Um manjerico eu meti
Debaixo do teu nariz
Ele morreu por 'mor de ti
Foi uma morte feliz
Santo António céptico
Nestas ruas estreitinhas
Com manjerico e balões
O Santo António e as sardinhas
Já lá não vão com sermões
Santo António eleitoral
Tu viste bem, Santo António
O que aqui aconteceu?
Não será um pandemónio
Mas que o Durão tremeu, tremeu!...
Santo António e manjerico
Sardinhada com balões
Faz-se este povo um jerico
Com tantas abstenções
Santo António espectador
Desta vez só por pilhéria
Santo António foi à bola
Mas ao ver tanta miséria
Nem aplaudiu... deu esmola!
Santo António da lique (blog A mulher entre os 50 e os 60), com a devida vénia:
Santo António, meu santinho
O que vou fazer agora?
Ainda sou portuguesinho
Ou deito a bandeira fora?
Eu votei.
Estou danado!
Então, e agora?... E se, depois do resultado previsível com os gregos, formos ao ar com os russos, o que faremos às bandeiras? Ainda seremos portugueses, ou o país terá embarcado no sputnik - (ir ao ar com os russos, estão a ver?...) - da estupidez galopante, sem direito a retorno?
E houve tantos que não votaram, porquê? Desânimo, desalento? Ou porque já morreram e esqueceram-se de avisar a família (apesar de ainda agitarem a bandeirinha)?
Praia e Santo António?... Então preferem o câncro de pele e a chulice da sardinha a dois euros? Ai, Portugal, Portugal...
Queria aqui fazer um apelo discreto àqueles que se dizem - e quero acreditar que o sejam - meus amigos e que não votaram que, por elevadíssimo favor, não mo digam... Poderia estragar-se uma amizade! Talvez seja preferível mantermos o faz-de-conta.
junho 11, 2004
No dia 13 vou VOTAR!
junho 10, 2004
CORES DE CANCIONEIRO
O acaso trouxe-me até às "Cores de Cancioneiro - O Sol", edições do Instituto Piaget. Com o maior respeito pelos autores, aqui vos deixo alguns dos muitos poemas que lá vi, porque de Poesia trata o livro, que acompanha com excelentes ilustrações:

CONTRATO - Quando o Sol / dorme / as estrelas / brincam. (Autor: André, 5 anos - Valpaços)
Eu estou aqui / em cima do meu pescoço. (Autor: Marcos Tiago R. Boaventura e Silva, 3 anos - Valadares)
Ontem à noite eu vi a lua muito gorda! / Estava cheia de sol! (Autora: Maria Helena, 4 anos - Peniche)
Nós não existimos / Nós somos uma Máscara / Atrás das nossas costas / está um bebé que vai crescendo / e transforma-se igual a nós... (Autor: David André Esteves Fiúza Costa, 4 anos - S. João da Talha)
Nós somos pessoas / inventadas por um programa / que nunca existiu... (Autor: Rui Paulo Filipe Magalhães - Mirandela)
Se eu fosse lua, / dava as mãos às estrelas e / ficava no meio... (Autora: Ana Catarina da Silva Machado, 6 anos - Vila Real)
A minha mãe é tão bonita / parece uma maçã vermelhinha... (Autor: Diogo André Pinto Pires, 6 anos - Vila Real)
Pensar é... / mudar o que se está a / pensar! (Autor: Filipe Martins, 4 anos - S. João da Talha)
PEDRAS - As pedras são as estrelas do chão. (Autora: Cláudia Inês da Silva Guerra, 4 anos - Lisboa)
Os homens são a magia dos palhaços (Autor: José Ricardo Miranda, 5 anos - Charneca da Caparica)
junho 09, 2004
António Sousa Franco (1942 - 2004)
Com a morte de António Sousa Franco desaparece um dos raros homens homens que, em Portugal, fazem da política uma actividade nobre e digna. Nesse sentido, todos ficamos mais empobrecidos.
Um conselho que eu lhe dou de graça...
Nestas vidas em que as palavras nos envolvem, tenho passado por alguns sítios de que gosto. Lembrei-me de os partilhar, porque faz parte de minha abordagem à Poesia aquele mandamento de José Gomes Ferreira: "Penso nos outros, logo existo..."
Recomendo-vos, pois, este endereço:
http://oblogdalibelua.blogs.sapo.pt/ , que é do POEMAS DE TRAZER POR CASA E OUTRAS ESTÓRIAS.
Se alguém não gostar, volte aqui, que eu devolvo-lhe o que pagou pelo bilhete...
O FADO DO EURO 2004
Talvez espere alguma condescendência dos amantes furiosos da bola... ou talvez não. Mas mexe comigo esta pretensa e fabricada ansiedade que nos querem impingir à volta do Euro 2004. E não me ocorrem imagens bucólicas, senão estas...
Fé na bola
Tu me dizes
Bola baixa
Foge à escola
É um país que se agarra
À guitarra e à bitola
Do pontapé numa bola
Que até de trapos é feita
E suspeita dignidade
Perde-se a turba na grita
Ao ver levarem à cena
Esse espectáculo catita:
Onze a jogar de um lado
Chuteiras das melhores peles
Famosos e milionários
Defrontando em contracena
Outros onze como eles
Os adversários...
E é o espremer do pão
Que é escasso até mais não
Só p’ra ver aquele joguinho
Que vai ser mais que certinho
Hão-de vir comer à mão!...
Viva nós
Com esta voz
Que se cala amortalhada
Quase sem luta
E sem nada
A ver a vida a morrer
E nós sem darmos por nada
Que não seja aquele apito
Qual apito?!...
Aquele grito
Que quase nos rasga o colo
Essa bruta trovoada
Que do alto da bancada
Grita: GOOOOLLLOOO!!!!!...
E lá voam os cachecóis
Os chapéus
Os caracóis da cabeleira postiça
Daquele pai de família
Vestido com as cores da equipa
Com que pintou a mobília
E há-de pintar a manta
Se o defesa sacripanta
Não ferrar a canelada
No adversário atacante
Um pouco porque ele merece
Outro tanto que apetece
E o futebol é isto
Que ninguém diga o contrário
Sim
Porque a honra é de ferro
E lava-se ao pontapé
Rasteirada ou cotovelo
Que o tal pai de família
Como os demais pede a berro
De furor contra o camelo
Do árbitro e da sua mãe
Que melhor fora nem tê-lo
GOOOOLLLOooooo...
Ulula agora este tolo
Co’a bola a bater na malha
A lateral
- Também calha... –
E arrepia o seu êxtase
Com um sumido: “- ... Foi quase!...”
Assim vai uma nação
Com o coração sangrando
Esperando ter no pé
O que lhe escapa da mão
E que feita fé na História
Não foi nestes campeonatos
Que se guindou à glória
Ou sacudiu a tristeza
Dos fados e futebóis
Das fátimas e outros ais
Enfim nos fica a certeza
Que se tudo correr mal
Muito mal ou mal demais
Ainda nos resta a catarse
De - sendo isco de anzóis -
Podermos dizer baixinho: “- ... Foi quase!...”
- Jorge Castro
junho 08, 2004
VIVO NUM PAÍS DE SAL
Vivo num país de sal
Onde a poesia já não flui de mão em mão
Eu vivo ao sul
Sempre ao sul deste país
E visto-me de Sol
Na ilusão
De não caber no coração esta raiz
E não há rios que apaguem o braseiro
Do deserto imenso em que me deito
Há só o mar
Este mar azul inteiro
Tão calmo e alteroso que é meu leito
E do incêndio onde ardem esperanças
Há-de sobrar
Por fim
Velho madeiro
Que aportará a uma praia sem rochedos
Sem escolhos escondidos e sem medos
Talvez nesse negro lenho adormecido
Volte a brotar a seiva verde da poesia
Onde o sal
O Sol
E o sul
Noutra harmonia
Mergulhem fundo
Comigo
E neste chão
A sua raiz.
- Jorge Castro
junho 07, 2004
Um Sentido Da Vida
Dedicado à Thita, minha generosa "madrinha de blog", e à Inês, que anuncia um mundo novo.
(depois de ler o conto de Jorge Luís Borges "O Disco", in
O Livro de Areia)
O João batia a bola
Mas que bem que ele a batia
Com jeito contra a parede
A bola que ele batia
Ia e vinha e vinha e ia
O sorriso atrás da bola
A bola atrás do sorriso
Pelo jeito que batia
A bola contra a parede
Ia o sorriso na bola
Vinha a bola num sorriso
O José que desdenhava
De tudo o que era riso
Invejava aquela bola
Invejava aquele sorriso
E sempre que a bola vinha
Com ela vinha azedume
E quando o sorriso ia
Saía do peito um lume
Que tanta mágoa trazia
Pelo sorriso na bola
Do sorriso que ele não tinha
Correu direito ao João
Gritou bateu e roubou
Esta bola agora é minha
Fugiu levando na mão
A bola que o João tinha
Escondeu-a em sítio escuro
E foi vingar-se do riso
Espreitando atrás do muro
Mas só lhe viu um sorriso
Da parede até ao João
Do João até ao riso
Afinal era o João
Não era nada da bola
Aquilo nem era um dom
Era apenas um sorriso...
- Jorge Castro
junho 06, 2004
Cínico? Quem, eu?...
1. Morreu Ronald Reagan. Ouvi eu a diversos comentaristas, em exéquias analisantes, referirem-se a Reagan como "carismático" líder dos States... Não é que isso me faça urticária por aí além, farto que estou de ouvir baboseiras mas, a bem de um certo rigor histórico, não é verdade que Ronald Reagan era, à data da sua governação, o maior centro do anedotário internacional?
Carismático?... Porquê?
Ah, pois, a queda do Muro... Foi ele, claro. E só ele. Com um martelinho e um escopro, era vê-lo, no derrube, centímetro a centímetro...
A propósito de carismas e de muros, ainda alguém se lembra, por exemplo, do Lech Wallesa? E do Solidariedade?
2. O Dia D. Importante pilar da liberdade do mundo ocidental. Sem dúvida.
E o contributo americano foi decisivo. Sem dúvida.
Mas não me venham dizer que os amigos americanos se decidiram a desembarcar na Normandia tão apenas preocupados com o bem-estar e as liberdades cívicas dos irmãos europeus, que esse é um argumento tão coitadinho e imbecilizante que reduz a História e a política internacional a um mero jogo do galo.
3. Questão do dia: porque será que, para além do Euro 2004, há esta tendência para apenas dar realce ao que se passa nos States? O resto do mundo já fechou?
junho 04, 2004
O QUE EU SEI DO TEU CORPO É QUASE NADA
O que eu sei do teu corpo é quase nada
Sei mais do fogo e da água
Sei da terra
Sei do ar e sei do mar
Sei tanta coisa
E não sei do teu corpo quase nada
Sei que me tiras de seguida o que me deste
De ti bebido o absinto do desejo
E nem retenho o fugaz gosto de um beijo
E só sei que aqui estás porque te sinto
Por te amar tanto assim feito de urgência
Rodeado que ainda estou desse teu fogo
Logo de mim se apodera a tua ausência
É tão pouco o que me dás
E no entanto
Eu sinto
E sei
E vejo que é tanto
Porque és água e porque és mar em que me deito
E porque és a terra e o ar com que respiro
Se és um fogo que me afoga por defeito
Na urgência de um amor tão com sentido
Eu sei bem que não és minha
Minha amada
Pois só sei desse teu corpo quase nada.
- Jorge Castro
De comum acordo com Jorge Castro, dedicamos este poema às mulheres de Portugal que acabaram, uma vez mais, de ser insultadas por um ministro que sugeriu estabelecerem-se quotas de acesso universitário aos elementos do sexo feminino, invocando eventual falta de disponibilidade para o bom desempenho de funções em tempo de maternidade... Na mesma altura em que a esposa do sr. ministro obtém um lugar de administradora em 2 (DUAS) empresas do Grupo EDP (dos jornais).
junho 03, 2004
Das Quimeras
Como saber deste país a alma funda
Onde quimeras sempre rimam com esperas?
Como saber viver em tanto destempero
Onde o amor é mal fatal e que se alinda
Entre pregões só de desgraça e desespero?
E afinal se virmos bem o mar está perto
Essa janela bem aberta à utopia
Mas é um mar que ruge bravo e mete medo
Que por despeito nem queremos descoberto
Quedos e mudos numa vã melancolia
E afinal se virmos bem o arvoredo
Que ainda mancha de esperança este país
Por mais que arda sabe vencer o deserto
Volta a nascer fio de prumo da raiz
Erguido ao céu voltado ao mar de rumo incerto
São as sementes o que temos mais de nosso
São as raízes que nos crescem mar afora
As quimeras a rimarem com auroras
Utopias que de tantas já nem posso
Sobraçá-las no regaço continente
Vai de largar as amarras infamantes
Vai de encarar esse tanto mar de frente
Com outras naus e outra fome e outros ventos
Com outras velas e até outros infantes
E surgirão por entre os mares novos poetas
Novas quimeras que anunciam novos dias
Amanhecidos no fulgor da estrela d’alva
Entardecendo na certeza do horizonte
Num firmamento povoado de utopias
Que são dos dias as estrelas mais brilhantes.
- Jorge Castro
junho 02, 2004
Um apelo... (ao bom-senso)
Por favor, aqueles que me lerem e tiverem relações com jornalistas, por favor (outra vez, notem que estou a ser especialmente rastejante...) peçam-lhes que não façam mais notícias sobre o Mourinho. Sim, esse, que era treinador do Porto e que foi para o Chelsea.
O tipo é
só um profissional que teve bom desempenho numa empresa e, agora, foi para outra ganhar mais, de acordo com regras de concorrência que, em Portugal, parecem só funcionar no futebol. É a vida dele. São os interesses dele. Ponto.
Porque é que isto é notícia? Pior: notícia constante, matraqueada em todos os jornais, em todas as televisões, em todas as rádios.
Há mais vida para além do futebol. Aliás, o futebol nem é vida, a não ser para uma parca mão-cheia de eleitos que se enchem à tripa-forra à conta da bacoquice dos basbaques.
Mas não falem mais do Mourinho. Vocês mesmos, improváveis leitores, contribuam para a despoluição do ambiente e não falem do Mourinho, nem do futebol e mudem de página, de canal, de estação... e veremos, talvez, este país entrar numa era mais radiante.
junho 01, 2004
Pausa na Poesia - Maré conspirativa (desabafo)
Tese: Pois é. Os gajos não se gramam uns aos outros. A grande questão é saber, então, porque vivem juntos. E aí as teorias divergem, os analistas fumegam, a lógica abatata-se...
Defesa da dita: Ah... de quem se fala? Do Santana e do Durão, pois....
Vejamos:
Um tipo quer entrar em Lisboa e não pode, pelo menos em condições que lhe assegurem um mínimo de sanidade mental até à velhice.
Os buracos nas estradas e passeios proliferam mais do que coelhos com cio.
O estacionamento em segunda fila já é um dado adquirido e aparente conquista lusitana e estúpida do cidadão, sendo certo que as chamadas “autoridades” emigraram para parte incerta (talvez para o Iraque que os parta!...). Tirando uns marcianos verdes que passam multas a quem esteja sem pagar o estacionamento, nada mexe, nada respira, nem mesmo nada bulia na serena melancolia...
A verba para a tinta que delimita faixas de circulação e orienta o trânsito deve ter sido desviada para os submarinos ou para os helicópteros - em qualquer caso, sempre para os antípodas da rede viária urbana - promovendo o caos e o pulular dos famigerados condutores “atrevidos”, que pululam como cogumelos na podridão viária, como espécie de “serial killers” de novo tipo.
As pequenas obras inacabadas dão a Lisboa o ar de um campo de desvairados arquólogos indecisos.
Se hoje se filmasse um filme catastrofista na capital, não seria necessário recorrer a terramotos ou outros efeitos especiais complicados... Bastaria a originalidade a que estamos tão habituados de uma avassaladora onda de merda de cão.
No meio de tudo isto e de tanto mais que poderia dizer-se, o bom do Santana, rindo de alto nas trombas do povo, e num aparente boicote à acção "civilizadora e arrojada" de Durão, seu suposto irmão de armas, avança sem medo para o túnel das Amoreiras, qual toupeira enlouquecida, em pleno Rock in Rio e Euro 2004, que como se sabe são a "versão 2004" da epopeia dos Descobrimentos nos idos de quinhentos e o trampolim que nos atirará para o topo do Universo... durante quinze ou vinte dias.
Qual teria sido a ideia ou a noção de oportunidade deste homem da camisa azul e da gravata rosa?
Eu tenho cá para mim que isto tudo se integra é numa imensa conspiração! Sim, isso mesmo! Só ainda não sei ao certo de quem nem contra quem. Mas que é uma conspiração, não tenho a menor dúvida.Quando vir por aí o Nuno Markl hei-de perguntar-lhe...
(Nota post-post: este texto sofreu ligeiras modificações em relação ao inicial, por ligeiros lapsos de transmissão de informação... Lá está! Tudo conspira, minha gente...)
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