março 30, 2008
fotografando o dia (103)
a Coimbravendo as águas do Mondego
tão serenas
tão espelho do céu de nuvens bordado
diz-me a brisa
num quebranto
num sossego
o enredo
que o rio
traz guardado
sons de passos
cruzam surdos as ruelas
em histórias mil de mil estudantadas
e os recantos mais esconsos das vielas
cantam contos
em dolentes guitarradas
- foto e poema de Jorge Castro
março 26, 2008
intervalo
Por razões alheias à vontade do autor este blog encontra-se em profundo estado de intervalo até ao próximo dia 30 de Março.
Até lá.
(Entretanto, podem continuar a visualizar as fotos do lançamento dos POEMAS DE MENAGEM, da autoria de Lourdes Calmeiro e de Alexandre Castro, AQUI, ou no conjunto de fotografias sobre o mesmo tema ali no lado esquerdo do Sete Mares.)
março 23, 2008
ccb-Lisboa - Festa da Poesia
- Diga lá um poema...
março 21, 2008
e, pronto, lá voltou a Primavera... apesar das Carolinas Michaëllis do nosso descontentamento.
Ainda os POEMAS DE MENAGEM: quem quiser ver as fotos do evento, da autoria de Lourdes Calmeiro e de Alexandre Castro, clique AQUI, ou no conjunto de fotografias sobre o mesmo tema ali no lado esquerdo do Sete Mares. 
os passarinhos
e os passarões
tão engraçados
tratam da vida
dando passinhos
ou encontrões
bem apressados

e os patinhos
já de saída
tão delicados
co'a mãe na mira
fazem p'la vida
comendo pão
deliciados
que alguém atira
há as flores
trazendo odores
a tal concerto
ninguém diria
estar o inverno
'inda tão perto...
- fotos (obtidas nos jardins da Gulbenkian) e poeminha de Jorge Castro
Um comentário só relativamente ao já saturado vídeo da agressão à Professora de Francês na Escola Carolina Michëallis, no Porto, por ter «confiscado» um telemóvel a uma aluna histérica:
- Distinga-se e louve-se a serenidade da Professora, apesar das circunstâncias. Mesmo sem conhecer os antecedentes da situação, perante uma atitude daquelas eu, muito provavelmente, teria pespegado o que na Invicta se chamava um gloriosa lamparina na garina, para ver se lhe acalmava os ímpetos. Claro que isso daria pior resultado, mas a paciência tem limites... A desta Professora, pelos vistos, supera em muito a minha.
- Consta-me que a «pobre» proto-delinquente já terá, por esta altura, sido transferida de escola, com o consequente branqueamento da sua atitude ou, pior, com o estatuto, entre os colegas, de heroína caceteira, a fazer exemplo - mau para a escola de onde sai e mau para a escola para onde foi transferida, difundindo, assim, o péssimo referencial.
- Mais me aprazaria saber:
- De exemplar punição, com ampla divulgação na escola e nos media, com recurso a todo e qualquer meio legal ou regulamentar disponível para o efeito (se é que eles existem, o que duvido!...) ;
- De exemplar punição para todos aqueles que, na turma, se solidarizaram com tão abjecta e idiota atitude, por não serem estes os exemplos de cidadania de que o país carece. Na verdade, os gritinhos parvos de gáudio e regozijo que se ouvem no vídeo são uma vergonha tão grande como a da agressão propriamente dita. Não gostaria de estar na pele dos pais de tal prole...
Mal estaremos todos nós se, naquela Escola, os seus responsáveis não forem capazes de louvar a atitude da professora, envolvendo, também, a solidariedade de toda a comunidade escolar, extensiva obviamente a alunos e pais, em torno da atitude exemplar da Professora que, vítima de elementar agressão no exercício da sua actividade profissional, conseguiu não perder as estribeiras, não respondendo a essa agressão como a sua condição humana recomendaria.
Pelo caminho, fica-nos mais um lamentável exemplo do estado a que as nossas escolas chegaram, por força das sucessivas erráticas e desgraçadas «políticas» que, da Justiça ao Ensino, avassalam o país em ondas de irresponsabilidade e de mediocridade.
março 20, 2008
dos Poemas de Menagem...
... porque o dia do pai traz a Primavera e por com ela se remoçar o alento da poesia...
AO MEU VELHO PAI
“Estas páginas foram escritas sobre a água” – Jorge Sousa Braga
singro em ondas
que estão além da saudade
travessias de outro mar azul profundo
onde tanta falta faz o teu estai
drapejam velas ‘inda agora prenhes
pela fúria tormentosa destes ventos
em que vales tu de leme
velho pai
e respiravas como as ondas
e bramias
e lutavas como elas e sofrias
e de repente
a distância era tão perto
hoje só por amor é que te sei
do meu tempo leve brisa te baniu
à cabeceira das minhas ilusões
junto à foto de um menino que cresceu
tenho apenas esse muito velho livro
com que abrias as janelas para a vida
e no mar tão estranho em que fiquei
sem as velas que me façam estar contigo
é agora ele o meu melhor amigo
e um tempo tão sem mágoas corre lento
como correm já de mim estas palavras
que eu lanço para ti por sobre as águas
do mar todo em que te foste transformando
pois é
meu velho pai
o mundo avança
mas eu sei que nalgum tempo e algum lugar
longe da mágoa mas tão próximo do mar
virás tu
como eu
ao rés da água
onde me sei sempre outra vez feito criança.
- poema de Jorge Castro
março 18, 2008
noites com poemas
Dia 19 de Março - 22 horas - Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana.Sessão com
Carlos Peres Feio, com o seu livro recém-editado, e
João Baptista Coelho, porventura um dos poetas portugueses mais premiado, subordinada ao tema
Auto-Retrato do Poeta.
Dois percursos, duas abordagens, duas histórias de vida contadas. Para estímulo, para memória, para aprendizagem. A vida não tem hora para manifestar as suas vontades. Eles ambos nos dirão algo sobre isso. E, enfim, procurando pistas:
em mim só vejo caminhos
bosques densos
arvoredos
lezírias
verdes campinas
regatos rumorejantes
sei segredos mais intensos
densos medos
de valquírias
ou de donzelas-meninas
em qualquer dos meus quadrantes
e parto para cada luta
com as mãos vazias
que os dias
escondem uma da outra
pois quando de um hino eu rio
seja de fome ou de frio
sequer agitar de lenços
nalgum cais de amargo embarque
eu sinto o berço na carne
buscando o braço que irmane
céu e terra num olhar
que de onde estou
eu abarque
- poema de Jorge Castro
março 16, 2008
poemas de menagem - viva quem canta
O mundo pula e avança em cada frágil momento de uma breve inspiração. Sabemos dele ser feito de mudança e não carecemos de arautos de «choques tecnológicos» nem de profetas da desgraça para o sabermos. Nem para o vivermos.
Porque a vida se faz connosco e é cada um de nós esse agente da mudança, sem que haja necessidade de alguma sombra tutelar que ilumine os nossos passos, para que o dia de amanhã chegue. Entretanto, quando escrevo, agora, a primeira palavra vertida é o passado e o futuro dificilmente saberei dele, para além de elementares expectativas.
Daí que tenhamos de escorar alguns momentos das nossas vidas, para nortear o que somos, preparando o novo dia que vier.
Ontem, dia 15 de Março de 2008, ocorreu o lançamento do meu livro Poemas de Menagem, um desses momentos que o bom senso me aconselha a reter. Com orgulho, claro. Que a modéstia, tendo cabimento, as mais das vezes só atrapalha. Aqui fica, pois, o apontamento através dos agradecimentos que enderecei a quantos deram alma ao evento:

- à Junta de Freguesia de Carcavelos, na pessoa da sua Presidente, a Drª. Zilda Costa da Silva, pelo seu desafio corajoso, e pelo sequencial apoio, sem hesitações ou demoras, e a quantos, colaboradores da Junta, com o seu labor tornaram também possível o evento;

- ao CRAMOL, por essa felicidade terrena de sabermos de um grupo de mulheres que nos cantam, encantando-nos; mas, principalmente, por nos trazerem o cântico da terra, ajudando-nos a conservar a matriz de que somos feitos, num tempo em que é tão fácil perdermo-nos de nós;
- à Fernanda Frazão, a minha editora e responsável pela Apenas Livros, pela cumplicidade, prontidão, paciência, disponibilidade e carinho com que me vai mal habituando, numa relação em que o tempo só tem vindo a reforçar os créditos.
- à Rosário Rodrigues, que me acompanha com esse tipo de amizade desde os primeiros passos nesta aventura da escrita, com um entusiasmo contido e inteligente que me permite, tantas vezes por simples leitura de entrelinhas, emendar a mão sem que para tal seja preciso um explícito reparo;
- ao Rui Farinha, querido companheiro de lides poéticas, excelente intérprete da “coisa poética”, cuja presença é um estímulo e cuja amizade, recheada de saberes, enriquece sempre os meus dias;
- ao Mário Piçarra, companheiro de muitas e antigas lutas em busca de um mundo melhor, que temos ambos a certeza de que existe, embora partilhemos algumas dúvidas acerca do local exacto onde o possamos encontrar;
- à Estefânia Estevens, conhecimento recente das sessões das Noites Com Poemas, na Biblioteca de São Domingos de Rana, que, acompanhando os poemas de Francisco Lampreia, nos deslumbram, a mim e a todos quantos têm tido o privilégio de os ouvirem;


Imagens da audiência, de quantos me deram o prazer de estar presentes, daqueles a quem pude dar o meu livro e o meu abraço.
Por fim, ao Professor José d’Encarnação – de quem tanto lamento a ausência motivada por razões pessoais inadiáveis – pela amável disponibilidade e empenho, a que devo ainda acrescentar o destemor, por apadrinhar este nascimento.
Também à Lourdes Calmeiro, a minha-senhora-de-mim, que me ofereceu a capa heróica, e ao meu filho Alexandre bem como aos seus colegas e amigos pelo contributo precioso dado para que este livro se erguesse do chão.
NOTA - Ver reportagem muito personalizada no blog da Tuna Meliches!
março 11, 2008
convite - Poemas de Menagem

dia 15 de Março (sábado), pelas 16 horas na
Junta de Freguesia de Carcavelos
será lançado o meu novo livro
Poemas de Menagem
Entrada livre - este convite tem, por destino, todos.
a um poeta
a um pintor
a um amigo
a alguém que cruzou os céus comigo
na urgência de viver
sem querer saber
de que é feito o amor
ou o destino
nessa arte que se tem de ser feliz
por saber de tanta cor
o arco-íris
A sessão, apoiada pela Junta de Freguesia de Carcavelos,
com a presença da sua Presidente, Zilda Costa da Silva,
contará com as participações de
Rosário Rodrigues, Rui Farinha, Cramol e Mário Piçarra

março 10, 2008
ainda a Educação, em Portugal, porque o tema tem importância, hoje e sempre
Por entre a miríade de ideias que fervilham por esse país fora, pouco mais haverá para dizer sobre o «fenómeno», nem eu sustento cátedra que me sustente nesta matéria.
Mas como cidadão atento e interventivo, há uma pequena achega que julgo vir a propósito e que - devo registá-lo com agrado - vi ser opinião partilhada em recente artigo de António Barreto.
A questão da avaliação de desempenho
Tornou-se, aparentemente, um chavão todos os professores dizerem que não são contra o modelo de avaliação que o Ministério lhes quer impor como suposta panaceia para a melhoria do Ensino, mas apenas contra o seu tempo e o seu modo.
Esta concordância ab initio denota, desde logo, uma preocupação simpática em não querer hostilizar em demasia as «forças vivas (?)» do Ministério mas eu, se fosse a eles, não comprava tão barato esse artigo.
Vejamos: desenvolvo a minha actividade numa empresa que aplica modelos (vários) de avaliação de desempenho, vai para cima de uma dúzia de anos. Qual o resultado prático, independentemente do modelo aplicado? - Nenhum! Para além da burocratice instalada e o faz-de-conta-que-isto-é-sério, que aproveita à comodidade das hierarquias e à acomodação dos subordinados. A lógica instalada é a mesma de que enferma o funcionalismo: vale mais cair em graça que ser engraçado. Conceitos de eficácia e de eficiência, bem como de competência articulada com a concelebrada inteligência emocional não passam por ali.
Neste contexto, a questão que se coloca é a seguinte: em que é que um qualquer modelo de avaliação de professores vai promover a qualidade EFECTIVA do Ensino? E como será possível estabelecer parâmetros - e quem qualificadamente os avalie - para comparação de realidades orgânicas tão diversas quanto o serão uma escola de Freixo de Espada à Cinta, uma escola de Cascais ou uma outra da Reboleira?
E em que é que estabelecer-se que, numa determinada escola, 5% dos professores correspondem a um mirífico padrão de excelência e os outros 95% nem por isso, poderá contribuir para uma melhoria objectiva dessa sagrada arte de transmitir conhecimentos aos alunos?
Dizendo de outra forma, como se medirá o nível de afabilidade de um mestre que, apesar de algumas limitações no seu domínio de conhecimento, tem artes de se fazer entender melhor e ter mais audiência e envolvimento por parte dos alunos relativamente a um seu colega, de longa cátedra suma cum laude, que promove o bocejo e assusta a criatividade?
Estas manias de que a avaliação é redentora e substituirá o mar de carências em que o Ensino - e o resto! - navega, em Portugal, apenas agradam e são sustentados por tecnocratas de pacotilha, cujo objectivo na vida é excitarem-se com números que, de uma forma cada vez mais redonda, provem e sustentem que o quadrado das suas «verdades» deixou de ter vértices e colhe ali prova.
Entretanto, a vida passa por eles, sem que se dêem conta mas, curiosamente, pula e avança!
março 08, 2008
obviamente, demita-se!
100.000 opiniões desfavoráveis não lhes chegam?
Contra uma "maioria absoluta" desacreditada,
uma maioria absolutamente qualificada.
março 07, 2008
salários e Professores: poesia procura-se!...
O fosso salarial... fede.
Não posso deixar de assinalar a quantidade de lágrimas de crocodilo com que, de tempos a tempos mas cada vez com maior frequência, surgem referências ao aumento do fosso entre os muito ricos e os muito pobres.
Registo, com enlevo, a preocupação manifesta dos media relativamente a este "fenómeno" social, aparentemente - hipocritamente, dir-se-ia - incontrolável.
Entretanto - e como há longos anos venho denunciando em fora adequados - mal se entende que as sacrossantas negociações salariais que ocorrem anualmente tenham como parâmetro a referência percentual o que, como até um aluno medíocre em Matemática poderá constatar, promovem esse fosso, promovendo gritantes desigualdades e injustiças sociais, em terrível escalada e progressão neste nosso democrático Portugal.
A velha história de que um aumento de 10% vale 100 para quem ganha 1.000, mas apenas vale 10 para quem ganha 100...
A ligeira diferença de 90 define a capacidade de um cidadão poder, com dificuldade, alimentar-se a papo-secos, enquanto o outro cidadão irmão alimenta a angústia de passar férias no Algarve, em Biarritz ou nas Seychelles.
Nada disto é de estranhar, sabendo quem controla os cordelinhos da economia nacional e mundial. Apenas me incomoda apurar que os sindicatos se deixam levar neste engodo.
*
Estou com os Professores!
Amanhã estarei, de corpo e alma, com a manifestação de indignação dos Professores.
Contra o cinismo de quem, a pretexto falacioso da "modernização", quer transformar o Ensino Público num pântano de burocracias e de ineficiências, que apenas abrirão caminho - uma vez mais - aos interesses privados.
Acompanho, de muito perto e vai para mais de trinta anos, toda esta saga: enquanto cidadão, enquanto encarregado de educação e enquanto cônjuge de professora. E não tenho a menor dúvida no meu espírito quanto ao lado da barricada em que me quero encontrar.
Não tenho, também, qualquer dúvida quanto à cegueira consciente e ao nepotismo destes "aprendizes de feiticeiro" que nos saíram na rifa das eleições.
Com todas as diversidades, sensibilidades e atitudes, estou com os Professores!
março 06, 2008
Hoje, ainda, na Livraria Verney, em Oeiras...
março 05, 2008
estou solidário com a manifestação da indignação dos Professores...
... no próximo sábado, dia 08, em Lisboa.
Não entendo, no entanto - e a ser verdade - o facto de haver uma contra-manifestação supostamente organizada pelo Partido Socialista, marcada para o mesmo dia e de suposto apoio ao Governo.
Se é este o entendimento dos actuais responsáveis do PS pela procura de soluções que atenuem as tensões sociais... eu vou ali e já venho!
Ó bom povo português, exercita bem a memória e vê lá se nunca mais - mas nunca mais! - concedes, com o teu voto, uma maioria absoluta a ninguém, já que ninguém a merece e, mal por mal, que os ovos se distribuam pelo maior número de cestos possível.
março 04, 2008
com muitos mais prós do que contras... ainda os Professores
Se eu não fosse tão ingénuo quanto sou, diria que o programa de ontem, da RTP, o prós e contras da D. Fátima Campos Ferreira, foi imaginado com a pífia intenção - objectivamente falando, claro - de desmobilizar a grande manifestação de professores prevista para o próximo dia 08 de Março.
De novo, relativamente às questões de fundo que enformam a imensa onda de descontentamento e indignação que atravessa um dos sectores mais sensíveis da população - a classe docente - pouco ou nada este programa trouxe para o enriquecimento da análise que aponte para uma solução airosa da crise instalada.
Crise que - e interessa sublinhar - é de exclusiva génese governamental e, nela, a cara visível é a senhora ministra, que, com brutalidade, desregramento, hipocrisia e liminar aldrabice, decidiu atirar todo o ónus de dezenas de anos de estupidez governativa, na área da educação, para cima dos professores.
Sempre a eterna e imbecil "solução" mal remendada dos bodes expiatórios, através da qual tudo foi feito para voltar a opinião pública nacional contra tudo quanto fosse professor, fragilizando ainda mais uma relação que já vivia horas de amargura.
Cá por mim, sempre pensei que um bom professor é aquele que transmite bem conhecimentos. Por outro lado, a massa com que cada professor lida é por demais heterogénea, flutuante e volúvel, para podermos padronizar comportamentos e resultados, ou prescrever receitas universais. Mas com a sanha da "perspectiva empresarial", Sócrates ignora tudo isso.
Na verdade e como corolário dessa cegueira consciente, ninguém mais do que os actuais "responsáveis" pelo Ministério da Educação favoreceu a indisciplina nas escolas e o desrespeito pelo pessoal docente.
Ora, essas atitudes néscias e míopes podem pagar-se caro, já que a multidão não é fácil de controlar quando toma "o freio nos dentes". E isto tanto vale para uma multidão de pais, como para uma multidão de professores.
É neste contexto que - pasmem, ó gentes da minha terra! - um cérebro brilhante propõe que, na sociedade civil se crie um grupo de "mediadores" que interfira na crise e se sente sobre ela, equidistante do Ministério e dos professores, na tentativa de promover uma reconciliação e procura de soluções. E a D. Fátima, moderadora do debate, abraçou a causa, com empenho e denodo.
Eu ouço coisas que me deslumbram! Então, em regime democrático, com um governo democraticamente eleito, há que recorrer a terceiros para apaziguar tensões entre governantes e governados, como se estivéssemos em estado de guerra? Sempre pensei que, democraticamente, isso se derimia nas urnas dos votos... ou não?
E, já agora, onde procurar essas personagens independentes, num momento em que já toda a sociedade tomou partido?
Sócrates não previu a dimensão do combate? Foi pena. Mas foi pena para toda a sociedade portuguesa e não apenas para a classe docente. Como ele assegura que faz questão de manter este elenco governativo, na área da Educação, a casmurrice é para manter. Ele lá saberá o que quer.
Eu, confesso, não percebo o que ele quer! Ou, então, se percebo, receio perceber...
Nota final - A D. Fátima, com um zelo notável, fez questão de informar o povo de que o jovem professor que, na sessão anterior, denunciara pressões oficiais para fazer subir as notas dos seus alunos, se teria retractado, confessado precipitação e pedindo desculpas. Tem graça... a mim constou-me que ele tinha sido vítima de um processo disciplinar! Mas deve ter sido boato!...
março 01, 2008
Ecos de fim de semana...
Os professores, finalmente, vieram para a rua. Para a rua da liberdade, da dignidade e do combate por ideias e ideais. Abençoados!
Fica provado que nem só de modorra vive este país.
Entretanto, a senhora a quem entregaram a pasta da Educação aceita os louvores desbragados, com beijos e abraços, de uma personagem tão insuspeita quanto Valentim Loureiro. Dir-se-ia, cinicamente e a dar para o culto que
les beaux esprits se rencontrent... ou em português mais comezinho, diz-me com quem andas...
Pelo meio das louvaminhas um pseudo-"representante dos pais" - e digo pseudo, que eu sou pai e ele não me representa, seguramente - dinossauricamente instalado em tal farpela, faz questão de nos mostrar a sua máscara naquele desconcerto de caretos. Bem bons estão uns para os outros!...
*
Como sinal lamentável dos desmandos em que vamos sobrevivendo, a criminalidade violenta aumenta. Sem querer estar, hipocritamente, a alimentar demagogias sobre causas e efeitos sociais deste fenómeno, ocorreu-me uma solução piramidal para, porventura, atenuar tal escalada:
- Portugal é um país recordista em apreensão de drogas, as mais variadas e para todos os gostos. Há, até, quem diga que a sua queima, pairando nos céus urbanos, é que nos traz a todos meio aluados...
Ora bem, mediante prescrição médica ou emissão de um qualquer atestado que um serviço público idóneo - talvez ainda os haja - poderia emitir, que tal distribui-la gratuitamente a quem a consome?
Já viram o alcance da jogada? Dava-se um golpe drástico no seu tráfico, pois deixava de ser rentável, e acabava-se com a necessidade de andar no gamanço para alimentar o viciozito.
Assim como assim, com tanta medida estúpida que os nossos governantes preconizam, porque não poderei eu, comum cidadão, seguir-lhes o exemplo?...
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