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mundo
Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é o mistério de todas as coisas

Federico García Lorca

Sendo este um BLOG DE MARÉS, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
janeiro 31, 2008

Convite


Hoje, dia 31 de Janeiro, pelas 16 horas
na Livraria-Galeria Municipal Verney, em Oeiras,
poemas meus de bem dizer e mal dizer.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 10:46


janeiro 30, 2008

nem a remodelação foi modelo...

Não foi um modelo de remodelação neste novelo de governação.

Nem foi remodelação, foi saturação,

foi um não querer mais, foi só demissão.

Se houvesse jograis com um verso à mão diriam que não

que não foi nenhuma remodelação...

depois da cegueira a obstinação,

nesta nossa ordeira obstipação

e fica-se assim de triste maneira a nossa nação


com certa razão alguém nos diria

que a remodelação foi anestesia

e assim perdemos todos mais um dia


e do que lá vem ao que lá virá

vai-se do deus-quer ao que deus-dará

que muito bem estamos todos nós por cá…

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:55


janeiro 28, 2008

fotografando o dia (100)



uma réstia só de azul
um estendal só de esperança
uma varanda no sul
de uma brisa de bonança
uma luz que pinta as casas
que não vem do candeeiro
ah que ao beco nasçam asas
p’ra voar pelo mundo inteiro

- foto e poema de Jorge Castro

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:21


janeiro 24, 2008

falando, outra vez, de pequenas coisas, verdadeiras ninharias...

Segundo a VIP (nº 549, de 23 de Janeiro), Ana Maria Vinhas abandona a redacção da TVI para integrar a Direcção de Marketing e Comunicação da EDP, passando a auferir cerca de 6.000 euros mensais, mais telemóvel, mais carro topo de gama, mais prémios de produtividade e etc..

Quem mo disse - e eu confirmei na revista citada - foi a senhora encarregada da limpeza do meu estaminé, coitada, que trabalha a tempo inteiro, mas às horas a que os outros dormem, para arrecadar € 390 por mês.

Entre outras particulares razões, a ex-pivô do Jornal Nacional da TVI - como nos vão dizendo as "fontes geralmente bem informadas" - casada recente, quer engravidar e (cito a VIP) "agora, com o emprego na EDP, passa a ter uma vida mais calma e com horários mais certos, propícios a uma vida familiar mais estável"...

Bom, eu não tenho nada com isso, pois a EDP paga o que quiser a quem quiser e, a haver alguém a pronunciar-se, serão os seus accionistas. Também da boca da própria não ouvi nada concordante com tal notícia, que até pode ser boataria da grossa, mas, a confirmar-se, é de esperar esclarecimentos ou desmentidos por parte da EDP.

Sim, que isto de se entrar numa empresa que se apresenta - ela sim e com aparente legitimidade - como topo de gama no sector energético internacional, para ela (a empresa, claro) andar a recrutar altos quadros para disfrutarem de uma vida calma, com horários mais certos e propiciadores de uma vida familiar mais estável por aquele preço, pode desencadear, por um lado, uma corrida desenfreada às cunhas, e por outro - e bem mais grave - uma desvalorização galopante na Bolsa, por óbvio descrédito quanto aos superiores objectivos que norteiam a privada empresa nacional da energia.

Aguardemos, para ver... se é que há algo de novo para ver.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 10:53


janeiro 23, 2008

a menina fuma?...

nota prévia - pela primeira vez, na existência deste blog, vai ser anunciada a concordância - ainda que circunstancial e muito relativa - com uma medida legislativa do actual governo, com explicação de porquês.
*
Não, nunca fumei... Pelo menos, nada daquilo que possa chamar-se fumar. Experimentei, menino e moço, as (então) inevitáveis barbas de milho, percorri uma passagem fugaz por uns Kentuky, apaladei uns Provisórios e não me deixei convencer pelos Definitivos. Na boca ficava-me, invariavelmente, um travo amargo e seco e, na parca semanada, um rombo enorme.

No fundo, não achei especial pilhéria àquilo e não se me deu em fumar - do meu, claro, que cigarrito dos outros levo já uma vida de fumaças, ainda que sempre condescendente e certo de que, a ser vítima de cancro do pulmão, ficaria a devê-lo, em grande parte, a alguns dos meus melhores amigos. Muitos deles, lamentavelmente, padecendo já de insuficiências respiratórias mais ou menos crónicas.

Claro que, por outro lado, esta falta de vício me coarctou um mar de possibilidades, ao longo da vida, de meter conversa, activa ou passivamente, com toda a moçoila que pairasse ao alcance do olhar e sob a batuta do vício, consubstanciada nesse arquétipo da conversa de engate: "- A menina fuma?..." (entenda-se aqui "engate" na mais nobre acepção do relacionamento humano, claro...). Mas aprendi a viver com esse handycap, que terá, porventura até, suscitado outros desafios para originalidades na abordagem.

Quem não conhece aquele que, não fumador, não deixa de trazer consigo o indispensável Zippo, que esgrime com donaire sempre que incauta donzela desembainha, imprevidente e em público, o seu cilindrozinho com filtro? E então quando era com a caída-em-desuso boquilha...

Pior, ainda, o que se dá ao deslumbramento de ser portador de cigarreira munida de refinadíssima marca, facultando dessa forma o fornecimento completo - mecha e fogo - que propicie mais especiosos avanços, nem que para tal se sacrifique, ele próprio, a umas quantas inalações solidárias, dando-se ao chique requintado de apagar o seu fumante à terceira passa!

No fundo, no fundo, é esta invasão dos prazeres por parte da etiqueta que subverte, como tanta vez e em tanta circunstância, a fruição plena da coisa.

Por estas e por outras, por aquilo que sai dificultado no enredo da sedução, é que pode vir a ser funesta esta actual legislação anti-tabágica. Quanto ao mais, das bolsas privadas até à saúde pública, creio que ficamos todos a ganhar.

Factor, por último, não despiciendo: de todos os melhores e mais cuidadosos fumadores que conheço há um efeito colateral a que nenhum, invariavelmente, escapa e que é a também colateral poluição, não aérea esta, mas mais terrestre. Na verdade, para onde vai a tirazinha de papel quando se abre o maço? E, depois, a cinza? Mais tarde, a beata? E, por fim, o amachucado maço vazio? Para cima da bela, inocente e conspurcada calçada portuguesa, claro!

E aqui está um curioso efeito do tabaco, ainda não estudado pela ciência contemporânea: o fumador - e, repito, até o mais escrupuloso - não se dá conta da cagada que está a perpetrar. Terrível e assustador! (Vá lá, quem nunca pecou, pode desatar à pedrada...)
*
notas finais - E é bom que se diga que, na concelebrada "naite" que faz as delícias de tantos, a minha relativa experiência mostra que, mais coisa, menos coisa, já estão a aparecer cartõezinhos azuis (de permissão de fumo) em muito mais sítios do que aquilo que seria imaginável. Nós temos sempre aquela extraordinária capacidade adaptativa que define os sobreviventes - mesmo que se trate aqui de propiciar a mortandade colectiva!...

Quanto ao dinheiro gasto, estamos conversados. Se, por um lado, cada um faz do seu o que muito bem lhe aprouver, certo é que está a meter uma bela maquia nos bolsos do Estado em cada maço adquirido. Maquia essa que, por imensa que seja, dificilmente sustenta os custos que, em termos de saúde, o Estado dispende com as maleitas provocadas pelo tabaco... O que é, convenhamos e salvo melhor opinião, uma redundância bastante irracional.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 16:35


janeiro 21, 2008

ah, grande Lisboa!... (11)


são caras, senhor, são caras
são caras de Portugal
se não escutas nem paras
as caras levam-te a mal

são caras de tal sucesso
são caras de chamariz
são caras sem abcesso
sem verruga no nariz

são caras de faz-de-conta
lançadas ao mundo a eito
se as não tomarmos de ponta
parece o mundo perfeito

com a escola indigente
vivo bem sem hospitais
cá por mim estou tão contente
há caras, que quero eu mais?

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 00:04


janeiro 14, 2008

noites com poemas - a poesia dita popular


- Cartaz de Alexandre Castro



Na próxima 3ª quarta-feira do mês, desta feita calhando a dia 16, como habitualmente vai para três anos, terá lugar uma nova sessão de Noites Com Poemas, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana, com início pelas 22 horas.

Desta vez, o nosso convidado especial é o Professor José d'Encarnação, que propôs como tema "Da Poesia Dita Popular".

A entrada, como sempre, é livre. O espaço, também. Quem vier pode trazer um poema (ou vários...) e haverá um tempo para o partilhar com os demais.

traz um poema e um amigo

dá-lhe voz e nada temas

que o dia se faz contigo

feita a noite com poemas

*

Grande dúvida

Alguém me disse, há muitos anos, citando Isaac Newton (pois, aquele que levou com uma maçã na pinha lá pelo século XVIII...): "Mesmo que eu soubesse que o mundo acabaria amanhã, ainda assim plantaria uma macieira".

Eu achei a abordagem curiosa e adoptei-a como lema para filosofia de vida.

Até que nasceu a internet e, a par de muita liberdade, multiplicaram-se, também, os factores de confusão. Ainda recentemente, percorrendo o universo da rede, apurei que, afinal, o autor daquela frase é nada mais nada menos que Martin Luther King (séc. XX)... Ainda mal refeito do choque, apuro que alguém refere a frase como sendo da autoria de Martinho Lutero (séc. XV).

Que possa haver aqui confusão de maçãs entre o Newton que levou com o fruto, até ao Luther King cujo discurso está disponibilizado pela Apple ou, ainda, com o nome de Luther, que tanto pode ser o King como o Martinho... o meu coração balança.

Alguém sabe, afinal, quem é que se lembrou das maçãs neste contexto? Por favor, faça a caridade de mo dizer nos comentários. Obrigado.


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 19:58


janeiro 13, 2008

ah, grande Lisboa!... (10) - La Farse Manouche


Preciosidades - para quem diga que passo a vida a dizer mal, o que nem é verdade, mas não faz mal porque, por enquanto, eu vou dizendo o que dá na veneta... - e sugestão: se ouvirem falar do grupo La Farse Manouche, vão lá ver e ouvir e, depois, digam-me de vossa justiça.

Como anunciado em entrada anterior, na Sociedade Guilherme Cossoul, em Lisboa, assisti a uma sessão de jazz com este terceto (na foto, o guitarra Nuno Serra). Sugestões de Django Reinhartdt, inspiração em Biréli Lagrène, dois guitarras e um contrabaixo garantem a festa. Garanto-vos eu que saí de lá sem me doer nada e mortinho por saber onde será a próxima. Terapia ocupacional urbana do melhor.

No intervalo até se me deu para um "repente":



se ao som de notas me embalo
se noto em mim este som
porque não hei-de escutá-lo?
porque não sentir-lhe o tom?
porque lá falar eu falo
porque falar é um dom
mas ouvir é um regalo
que dá ao vento a feição

se ao som de notas me embalo
se eu bailo até mais não
se houver um céu vou tocá-lo
de pés assentes no chão

e na música revolta
que vai de mim ao infinito
hei-de em cada nota solta
soltar a voz com que grito


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 20:00


janeiro 10, 2008

jamé, jamé!...

- Esta indecisão de Suas Excelências é susceptível de provocar perturbações no mais avisado... Tanta certeza, tanto jamais, tanto deserto e tanto camelo, vai a ver-se e dá nisto. Não pode um cidadão confiar em ninguém. Abençoadas mãos caridosas que guiaram tanta cegueira, tanta imponderabilidade... E foi acto de caridade, que ainda hei-de ver o freeport de Alcochete ir, de joelhos, reverencialmente a Fátima.

Estava capaz de ensaiar um passinho de dança ao jeito popular:

Juraria ter ouvido
A decisão do ministro
Mário Lino pela Ota
Afinal foi um falsete
Indo da finta à batota
Sócrates quer Alcochete


Já não sei se faz sentido
A cantiga do bandido
Manobrada a toda a hora
A ver bem por este andar
Inda descobrem j'àgora
Ser melhor no alto mar…

- acróstico de Jorge Castro

*

Ainda a tempo de um bom início de fim de semana:

Hoje, à noite, pelas 21h30,

na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul

-Av. D. Carlos I, nº 61 - 1º, em Lisboa -

Alcides Miranda (guitarra)

Nuno Fernandes (contrabaixo)

Nuno Serra (guitarra),

inserido nos Encontros de Jazz, La Farse Manouche.

Música, pois. Toujours, toujours!...


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 19:29


janeiro 09, 2008

nem referendo, nem vergonha, nem Sócrates...

Parece-me evidente que, depois de tanta encenação, Sócrates não se arriscaria a correr o mais ínfimo risco de que um referendo, em Portugal, chumbasse o novo Tratado. Poder admitir o contrário é que me pareceu, desde sempre, algo néscio.

De Lisboa, já viram bem? Quanta glória imediata para quem enferma deste provincianismo militante de julgar que o título bastará para a nossa glorificação futura na História.

Curiosamente, dou por mim pouco ralado com esta aldrabice do Tratado... Ou também já estou a sofrer os efeitos das anestesias, ou é o meu inconsciente que, mais clarividente do que eu, já sabe que mais tratado, menos tratado, tudo irá seguindo o seu caminho: de um lado quem quer, do outro quem pode.

O que me interessa reter é, tão apenas, o seguinte: o referendo ao Tratado foi uma promessa eleitoral de Sócrates, com base na qual, entre outras, o bom povo português lhe proporcionou a maioria absoluta. Ponto final e não se fala, também, mais nisso.

Ele sabia bem ao que ia quando fez a promoção que fez durante a presidência europeia. Obviamente não iria deitar tudo a perder com uma eventual nega do bom povo português, algo imprevisível em momentos cruciais, o que iria criar um embaraço insustentável aos nossos queridos (des)governantes.

Os seus pares podem estar seguros: Sócrates não os trairá.

Da mesma forma, os portugueses podem estar seguros: Sócrates trai-los-á sempre que lhe for preciso ou conveniente.

Ninguém tem, pois, razões para andar enganado.
*
Amante fervoroso da liberdade, não cesso de me abismar com a estultícia do homo sapiens democraticus revelada em algumas formas que descobriu para atingir a chamada democracia representativa.

Aí está a campanha dos EUA. Os candidatos "democráticos" estoiram fortunas para ganharem posição sobre os outros candidatos... "democráticos". Os candidatos "republicanos"... fazem o mesmo em relação aos "republicanos".

No fim, o melhor de cada lado corre o risco de vir a ser vencido pelo (finalmente) suposto adversário não nas urnas, mas através de uma golpada administrativa qualquer, como aconteceu com Al Gore. O povão, entretanto, por lá anda...

E o mundo todo tão necessitado de recursos que assim se malbaratam em palhaçadas.

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 22:37


janeiro 05, 2008

fait divers, que é como quem diz
factos diversos...

ensino de burka? ensino de borco? ensino burocra?...

Garanto-vos! A imagem abaixo apresenta um espécime de pessoal docente lusitano contemporâneo, obrigado a estar tanto tempo no ambiente soturno da escola onde faz reuniões, trata de papeladas e, nos tempos livres, dá aulas, que facilmente se ofusca quando tem uma nesga de oportunidade para ver a luz do dia...

felizmente há luar... e vaidades

Tenho andado perturbado, vai para cima de uma semana, porque estou sem saber por que cargas de água é que um tal Carlos Paredes tem andado baldado aos treinos do Sporting, em Alcochete. Perturbado, mais na perspectiva de tentar perceber o que é que eu tenho a ver com isso, para tanto jornalista andar nesse afã de perder horas e de mas fazer perder a mim com tão momentosa notícia.

Claro que imagino, na minha supina ignorância das coisas dos futebóis, que este Carlos Paredes nada tenha a haver daquele outro que nos delicia, recriando imaginários em tons ardentes de guitarra portuguesa e de quem tão poucos jornalistas falam...

Aí, a redenção: um amigo presenteia-me com mimo natalício, que me envaidece. E conta-se em duas penadas: tendo participado na organização de uma caminhada pela Serra da Arrábida, durante o repouso dos caminheiros em pleno areal, frente ao mar e em exercício de descontracção, promoveu esse meu amigo uma leitura colectiva do meu livro Sopa de Pedras, com agrado geral dos circunstantes, segundo relato que me fez chegar.

Estou vaidoso, claro. E embevecido, também. E quem nunca pecou, antes de lapidar alguém com fúria desconexa... que vá atirar pedras ao mar, que isso passa-lhe!






- fotos de
Maximiano Miguel


ontem, hoje e amanhã... ou como adorar os doces deuses caseiros

Não há muito tempo, abrir uma escola era motivo de orgulho nacional. Hoje, há quem se orgulhe e vanglorie de a fechar.

Não há muito tempo, preocupávamo-nos com a dificuldade em promover a saúde ao alcance de todos. Hoje, há quem contabilize os mortos por falta de assistência como meros acidentes de percurso.

Não há muito tempo, o público e o privado eram zonas eticamente imiscíveis. Hoje, há quem os considere parceiros de um swing deliberadamente obsceno e consensualmente apetecível.

Não há muito tempo, a justiça social era conceito que passava pela justa remuneração do trabalho ou da luta por esse objectivo. Hoje, há quem considere que um gestor pode auferir balúrdios pela 'dignidade' da sua função - que, na generalidade, se traduz em malbaratar dinheiros públicos e promover alucinados lucros privados - enquanto ao 'colaborador' (termo cretinóide e embusteiro que esses gestores da treta aplicam a quem trabalha) lhe basta sobreviver no limiar da indigência.

É, aliás, curioso e formativo ouvir entendidos de meia-tigela assegurarem que no 'mercado livre do trabalho', quando um trabalhador perde um emprego, ao mudar para outro (milagre, desde logo!) é natural que vá auferir de um salário inferior. Sempre vai começar algo novo, sem experiência, e tal...

O mesmo entendido da mesma meia-tigela considera, da mesma forma, natural que, sempre que um gestor rode de um poleiro para outro, vá sempre ganhando um pouco mais... quiçá por uma ordem divina das coisas e por uma lógica transcendente, que distingue o mundo e o divide com a aplicação de deuses de conveniência em função dos cargos desempenhados.

Equívocos, porventura. Embustes, seguramente. Eu, cá por mim, assisto à beleza constante de um pôr-do-sol que não há muito tempo era assim belo e que, hoje, continua a sê-lo... E, enfim, com toda a presunção que a água-benta me permita, não me tenho muito na conta de reaccionário, mas, humildemente, qual soldado Chveik do Jaroslav Hasek, aqui me deixo à avaliação de algum entendido...


- foto de Jorge Castro


Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 10:54


janeiro 01, 2008

fotografando o dia (99)
2008, cá estamos!

Os mais longos voos, sobre as marés vivas em que voamos



os dias passam num novelo de ondas
e o que deles retemos é esse voar
que nos vem de longe
da luz das estrelas
transformado em asas
de poder sonhar

- foto e poema de Jorge Castro

Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 08:58


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noites com poemas 2


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