À Senhora Doutora Ana Jorge,
Ministra da Saúde
Por volta do dia 15 de Dezembro de 2009 – há cerca de mês e meio, portanto – a minha Mãe, sem que nada o levasse a supor, perdeu subitamente a capacidade de andar.
A Mãe tem 83 anos e padece, há cerca de dezoito anos, de doença de foro oncológico, sendo assistida regularmente no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, seja em tratamentos, consultas ou exames de rotina. A situação sempre esteve, aparentemente, diagnosticada e controlada. Tem tido, assim, uma boa qualidade de vida, face à adversidade da sua doença, sem dores ou queixas especiais e levando uma vida normal.
De há cerca de três anos a esta parte notámos nós, os filhos, um decréscimo de medicamentação e, até, de exames. Não sendo nenhum de nós Médico, consideramos tal um bom indício, tanto mais que sempre acompanhámos a Mãe às consultas e nada nem ninguém nos alertou ou explicou sobre eventual evolução da doença.
Perante essa incapacidade súbita de locomoção – e porque em recente consulta de Clínica Geral, no Centro de Saúde que a assiste, perante queixa de dores nas costas e perda de sensibilidade nos dedos da mão direita por parte da Mãe, a Médica sugeriu a aquisição de um colchão e, posteriormente, prescreveu Voltaren «para ver se passava» - recorremos a consulta privada que, de imediato, promoveu um recurso a Neurologia… do qual resultou que, em 24 horas, a Mãe foi encaminhada de urgência para o Hospital de São José, em Lisboa, para ser submetida a uma bateria de exames, tendo o Especialista avisado de que deveríamos contar com intervenção cirúrgica imediata. Isto ocorreu em 20 de Dezembro de 2009.
É impossível descrever a via sacra a que a nossa Mãe foi submetida desde então, sem que ela ou os filhos tivéssemos qualquer voto na matéria. Tentarei sintetizar:
- dia 17 de Dezembro – internamento no Hospital de São José, em Lisboa;
- dia 18 de Dezembro – transferência para o Hospital São Francisco Xavier, onde iniciou uma série de exames;
- dia 20 de Dezembro - transferência para o Hospital Egas Moniz, para ressonância magnética e eventual cirurgia – quer uma, quer outra ocorreram sem que os filhos, presentes diariamente, ou, sequer, a própria, fossem previamente informados sobre o que quer que fosse. O único contacto registado, por parte da instituição, foi para me questionarem (aqui «descobriram» o meu telemóvel) se estava disposto a pagar 195 euros para um colete ortopédico, a utilizar no pós-operatório, colete não comparticipado pelo SNS…
- dia 4 de Janeiro de 2010 – decorrendo Fisioterapia e recuperação pós-operatória (a intervenção cirúrgica teve lugar em 28 de Dezembro de 2009), a metástases extensíssimas na região dorsal, já com grave infiltração óssea, sou informado pelo Hospital de que a Mãe tinha tido alta e estava já a caminho do Hospital de Cascais – suposta área de residência (?) - onde ficaria na Unidade de Oncologia. A pressa desumana com que tudo isto ocorre, leva a que a Mãe fosse despejada pelos próprios serviços do Hospital Egas Moniz, num expediente no mínimo desumano e, no limite, criminoso, no Serviço de Urgência do Hospital de Cascais, sem qualquer referenciação, aí permanecendo cerca de 24 horas, sem alimento ou medicação, perante o seu e nosso desespero. Valeu aqui algum expediente e a habitual movimentação de influências, vulgo cunha… ou poderemos imaginar que a Mãe ainda hoje por lá andaria perdida. Ainda assim, de três dias de espera numa maca nos corredores do Hospital não a salvámos - e, recorde-se, em pleno período pós-operatório. Nem da repetição de um rosário de exames mais ou menos agressivos, para redefinir o quadro clínico!
A partir daqui pensar-se-ia que a situação se estabilizaria. Mas ainda não! Para além da consulta de Oncologia a que já fora submetida no Egas Moniz, teve consulta desta Especialidade também no Hospital de Cascais, depois no Instituto Português de Oncologia e, por fim, no Hospital dos Quadrantes, em Carnaxide, onde foi prescrita uma bateria de 10 sessões de Radioterapia… em ambulatório! Para tal a Mãe teve alta do Hospital de Cascais no próprio dia do primeiro tratamento!!! Quatro consultas de Oncologia no espaço de 10 dias, agravadas pela necessidade de deslocação do doente ainda em recuperação da intervenção e sem capacidade de locomoção, para quê…?! Duvidarão os Médicos ou as Instituições uns dos outros ou trata-se de algum perverso ou maquiavélico esquema montado para incrementar proventos à custa de sofrimentos alheios?
Também aqui não tivemos voto na matéria, sempre nos sendo apresentado cada passo como dado adquirido.
Éticas, deontologias ou mera arte de viver em comunidade são, assim, trucidadas pela paranóia dos custos ou da rentabilização cega e, afinal, anacrónica assumindo, através do cumprimento cego de diktats de que ninguém sabe localizar exacta proveniência, foros do recurso à «esperteza saloia» para o descarte de mais um fardo em que está constituído cada paciente… porque já lá está uma imensidão deles à espera de vez, cabendo a cada um o «direito» à sua dose de mau trato e desconforto.
E a Mãe esteve sempre no Serviço de Medicina. Nem conseguimos apurar se a Unidade de Oncologia de Cascais tem, afinal, camas próprias que justificassem o encaminhamento feito pelo Hospital de Egas Moniz.
Importa acrescentar que, face ao lamentável insuficiente número de ambulâncias existente na Grande Lisboa, em cada deslocação o doente é deixado para tratamento e fica a aguardar, em maca, que a ambulância regresse… o que chegou a levar seis horas (!) de espera. Os bombeiros têm ordens estritas para acorrer a outros casos, deixando o doente no tratamento – que, no caso, demora escassos 15 minutos - o que também representa um conceito distorcido de bom serviço prestado e de rentabilização mais do que duvidosa face ao trânsito caótico de Lisboa! Importa, também, sublinhar que neste longuíssimo mês de horrores, contam-se já por cerca de duas dezenas as deslocações de ambulância, entre instituições e desvarios diversos.
Com todas estas andanças e maus tratos, a Mãe desenvolveu um quadro de escaras de grande gravidade, desidratação e assustadora infecção urinária com óbvia necessidade de tratamento urgente - em pleno internamento hospitalar! E assim teve alta!
Conseguimos, por força dessa alta, um lugar num lar que nos oferece as melhores condições de assistência total face a este pavoroso desenvolvimento. Enfrentamos e assumimos os encargos sem hesitações. Felizmente para nós, paciente e filhos, nunca foi esse o problema. Mas nunca nos colocaram, sequer, uma perspectiva de alternativa. Existe uma «lógica» hipócrita - que será até de defesa pessoal - a impelir cada profissional da saúde a fingir ignorar o que se passa a jusante do seu próprio acto. A «bola» é passada e, a partir daí, lavam-se as mãos...
Pelo caminho ficam as sucessivas ausências de aflição nos nossos locais de trabalho, para acorrer… nunca se sabe bem a quê, mas com as decorrentes mazelas profissionais que são conhecidas e que, de momento, nem contabilizámos... e lá vamos contando com a boa vontade de colegas. Fica, ainda, por referir uma imensidão de pormenores mais ou menos lúgubres, presenciados ou por nós vividos no dia-a-dia destas instituições cujo relato daria a esta missiva uma extensão que lhe retiraria utilidade.
Resta, talvez, referir que ao nível do contacto pessoal e de humanidade não há quase nada a dizer das larguíssimas dezenas de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros ou pessoal auxiliar – com quem contactámos ao longo deste mês. Mas verifica-se, do mesmo modo, uma total impotência e falência institucionais para dar uma resposta civilizada, racional ou consequente face a um quadro como o descrito.
O paciente (leia-se, também, contribuinte) é, institucionalmente, tratado como um vulgar saco de batatas, descartável no mais curto espaço de tempo, sem escrúpulo nem redenção, mesmo que tenha os seus impostos em dia… afinal, aquilo que faz o sistema funcionar, quando não são desbaratados os recursos por parte dos responsáveis pelo poder político. Sim, porque o desperdício deste andar em bolandas tem, também ele, custos insondáveis, irracionais e em puro desperdício, para além da notória barbaridade perpetrada sobre o estado de saúde do paciente.
Todos temos a nossa hora. A nossa Mãe também terá a sua. Exige-se, apenas, a dignidade devida a um ser humano, num regime de direito e democrático. Preceito da Constituição que nos regula, bem como da Declaração Universal dos Direitos do Homem que nos deve nortear. Não é o que se está a passar no nosso Serviço Nacional de Saúde. E não estamos, sequer, em qualquer estado de guerra.
E eu sinto uma profunda vergonha pelo País que estou a legar ao meu filho!
Aqui eu deixo, à superior consideração de V. Excelência, não apenas como espúrio desabafo, mas como testemunho presencial e denúncia, a entender como acto de cidadania, que permitirá V. Exa. que eu divulgue, no interesse da comunidade. Nem será, neste contexto, relevante o anúncio do nome da paciente, como não será curial factualizar, ainda mais, as ocorrências descritas, por não haver aqui intuitos de algum modo persecutórios. Tão só isto: o testemunho que possa revelar-se útil para uma inversão de valores que é urgente.
Jorge Castro
Local: Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana
Que me perdoem os convidados especiais, mas inicio a reportagem com um destaque aos fiéis companheiros destas jornadas, sem os quais, verdadeiramente, se esfumaria o interesse maior destes encontros. E ei-los, assegurando para espanto de incrédulos, uma sala cheia de poesia, em sexta-feira de outros eventuais apelos mundanos.
E, agora, os convidados, sim:
David Machado, escritor de histórias encantatórias que a sua imaginação fez reais, estimulado por uma apresentação de
João Paulo Sacadura, homem habituado nestas lides, mas de onde transparece uma imensa ternura pela Vida e que teve artes de nos envolver num passeio por reinos de encanto, assumindo o papel de locomotiva...
Da obra, já significativa, do jovem autor, demos conta. Corram, depressa, à procura dos seus livros! De quanto dele já li ficou-me uma impressão tão forte que mil argumentos me foram suscitados para outras tantas aventuras da escrita.
E se me torcerem o nariz porque de suposta «literatura infantil» se trata, terão de me explicar muito bem quais as fronteiras (etárias ou outras) do reino da imaginação e da criatividade... E, mesmo que a presuntiva explicação tenha fundamento, duvido que ela enevoe, sequer, o lúdico e desafiante percurso dos ambientes do David Machado.
De imediato, os alunos do 6º H da Escola Conde de Oeiras, ajudaram à festa, dando-lhe mais sentido e criando, pressurosos, essa ponte do presente de que o futuro é feito, para gáudio de todos e para quem, de súbito, a idade deixou de contar.
E uma vez e outra deu-se o passo, inventando ousadias, daquelas que também ajudam à descoberta.
De tal forma que, às duas por três, momentos há em que parece que alguns terão, na verdade, percepcionado um caminho novo, uma nova aventura, com sentido.
E, numa «aula» temporalmente tão comprida, nem surgiu perturbação ou desinteresse. Não houve, ainda, necessidade de fazer algum «
zapping», buscando diversidades de oferta, pois elas estavam ali, ao alcance da mão e demais sentidos, manifestando-se em forma de partilha de seres e de saberes, nessa riqueza diversa que nos enforma.
Deste excelente naipe de vozes - e daqueles mais que, por uma razão ou outra, desta vez não puderam estar presentes - que conste ser a sua participação, porventura, a vitória maior de um tal espaço, bem como o incentivo mais forte para que se porfie sem desânimos.
Da Escola Conde de Oeiras, para além de Pais e de Professores - provando que nada está perdido - contámos com os Alunos Catarina Torres, João Sacadura, Francisco Sacadura, Diogo Patacão, Pilar Saramago, Madalena Morão, Sofia Araújo, Madalena Carvalho, Francisco Limão, Francisca Faria, Ana Alice Miranda, Maria Ana Teixeira e Mafalda Pereira e Margarida Vitorino (que fugiram da fotografia...).
Vêem? É que não está mesmo nada perdido, quando procuramos encontrar-nos.
*
O João Baptista Coelho, por falta de oportunidade, não nos levou à sessão o seu «trabalho de casa». Mas não descansou enquanto não o partilhou connosco:
ESBOÇO DE RETRATO
Sou animal inventado
sujeito a metamorfoses.
Primeiro, bicho danado
que traz consigo o pecado
e que o serve em altas doses.
Fiz-me, aos poucos, passarinho
que, ao sonhar com a distância,
ousou sair do seu ninho
e percorre, hoje, o caminho
da ambição e da ganância.
Asas longas de condor
mas com olhos de falcão,
pisei a palavra amor
e criei a própria dor
numa vida sem razão.
Sinto-me às vezes serpente
a rastejar pela terra,
tentando enterrar o dente
na fortuna de outra gente
e na íris que ela encerra.
Fui lobo mau, bem matreiro.
Neguei pão aos que o não comem.
E ao mirar-me por inteiro
mal olhei o meu dinheiro...
quis ser Deus... e nem fui Homem.
Fui carapau de corrida
nos anos da juventude.
Naquele tempo em que a vida
- quer fosse ganha ou perdida -
era usada em plenitude.
Já fui macaco sagui
e, o que é mais interessante,
um mimoso colibri
com patas de javali
e orelhas de elefante.
Ultimamente, gaivota
com penas de sabiá,
ao ir aí, ninguém nota
que ainda procuro rota
noite e dia ao deus-dará.
Pouco a pouco, devagar,
vou voltando ao meu covil.
Minhas asas de sonhar
queimou-as a luz solar
no tempo em que eu era Abril.
Hoje, velho e alquebrado,
vou ao sabor da corrente.
Que o tempo, quase esgotado,
matou o sonho dourado
do bicho que não foi gente.
Amanhã, talvez eu seja,
na paz que ainda me toca,
- esteja eu aonde esteja -
e em paga da minha inveja...
nada mais que uma minhoca.
Minhoca que lavra o chão
lentamente e sem clamor,
até que, sem ilusão,
e do silêncio de um grão,
da terra abrolhe uma flor!
- poema de João Baptista Coelho
Uma vez mais, espero poder contar convosco neste círculo de afectos em que, de algum modo, se vem transformando cada sessão das nossas Noites Com Poemas, deixando aqui, também, o meu habitual apelo à vossa participação inspirada e criativa.
Antes de mais, um aviso: atenção que, a título excepcional, a próxima sessão do dia 22 de Janeiro calha a uma sexta-feira, para permitir que os alunos convidados da Escola Conde de Oeiras a ela se desloquem com menor constrangimento de tempo.
Como convidados teremos, ainda, o jornalista
João Paulo Sacadura (TVI - Livraria Ideal - entrevistas a autores e livreiros; apresentador de
Cartaz das Artes; autor), e
David Machado, autor vencedor do prémio Branquinho da Fonseca (2005) - aconselho-vos uma espreitadela aqui:
http://www.portaldaliteratura.com/livros.php?livro=3747,
Partindo da sugestão de títulos publicados deste autor teremos, então, as Histórias Possíveis dos Animais Inventados, para o que quero contar com a vossa criatividade e participação, libertando uma vez mais o bichinho poético que vos percorre.
No sítio do costume: Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana (Bairro Massapés - Tires). Ali vos esperamos, pelas 21h30.
quantas casas vão ruindo neste mundo
quantos males
epidemias
quantos medos
em razias neste imenso mar sem fundo
onde sobra a morte e singra a solidão?
quantas mãos erguendo aos céus as suas preces
a mil deuses escondidos no universo
sem jamais terem sabido deste chão?
quantos versos cada hora buscam vida
escondida nos esconsos solitários
de viver sem saber de algum irmão?
e cada dia flui nesse vaivém
da eterna rotação espiralada
onde atrás de algum dia um outro vem
mesmo sem que algum homem dê por nada
felizmente há o luar
e alguns poemas
primavera e outono
inverno verão
poente de chuva e sol nascente
redimindo em cada verso o imenso tédio
de cuidar não ter remédio
a ilusão.
- poema de Jorge Castro
... no quarto apagão em cerca de quinze dias, depois de um Natal às escuras e com a penitência de corrigir os enésimos relógios electrónicos de tudo quanto é electrodoméstico cá em casa, piscando desalmada e irritantemente a cada interrupção de fornecimento...
A ti, senhora, nós te rogamos que, do alto das tuas catedrais hidroeléctricas, térmicas ou eólicas, nos ilumines e aqueças nas venturas como nas desventuras; que nos permitas subir em elevadores e ver os canais nacionais de televisão, com os seus comentadores, comentamales e comentacrises, que alumies as nossas leituras nocturnas quando, cansados de um dia de trabalho e de transportes urbanos, procuramos um mundo melhor, em ensaio ou ficção, ao qual com os teus beatos acólitos – santa factura e santo atraso de pagamento – nos permitas aceder, sem mácula e sem dívidas, pela santíssima via da transferência bancária ou da imaculada pureza das caixas ATM, e que não transformes com irritante frequência o meu pobre lar numa decadente versão de velório pós-moderno, com os inerentes riscos de incêndio para quem já se desabituou das ancestrais práticas rurais, nem nos deixeis cair na tentação de adquirir um gerador, poluidor do ambiente e indutor de inopinados comportamentos terceiromundistas, amén.
(Esta mensagem foi escrita na mais negra escuridão, num dos supostamente mais ricos concelhos do País e a enfermar de um choque tecnológico, no ano da graça de 2010, século XXI, com uma lâmpada de mineiro na cabeça, para iluminar o teclado, embrulhado em cobertores, com dois pares de meias e pantufas calçados, que o friozinho está de rachar.)
‘inda agora aqui cheguei
mal pus o pé nesta escada
logo meu coração disse
aqui mora gente honrada
nós somos rosas por desfolhar
as boas festas viemos dar
eram assim as Janeiras
que eu cantava em menino
entoadas nas soleiras
de construir o destino
e nem o frio mais duro
nessa terra transmontana
nos ensombrava o futuro
do canto que nos irmana
lado a lado em altas vozes
cada porta respondia
avelãs, castanhas, nozes
do melhor que em casa havia
de ricos farta fazenda
de pobres a demasia
ia crescendo a merenda
aquecendo a noite fria
e quando algum não tivesse
que dar senão alegria
trazia a voz que soubesse
e em vez de dar recebia
se o passado era este
em pobres versos que apuro
que o presente mais agreste
colha esperanças de futuro
então assim como Aleixo
que a vida dava a cantar
senhor estas quadras deixo
em festas boas de dar
e que esta voz que parece
ser de um só no seu soar
seja a de quantos aquece
estarem juntos a cantar.
*
- Fotografia - Grupo coral CRAMOL, Janeiras de 2009, na Igreja de Oeiras
- Quadras de Jorge Castro
NOTA - Dia 8 de Janeiro de 2010, pelas 21 horas, na Igreja de Oeiras - as Janeiras com o CRAMOL - a não perder!
No meu pequeno jardim e num momento em que a época do ano apontaria para a poda de diversas espécies vegetais, nomeadamente as roseiras, o dia de hoje amanheceu com esta dádiva, que um botão promissor há vários dias anunciava. É a primeira do ano. Aqui fica... em jeitos de metáfora.
Pela manhã, fui-me ao tradicional passeio pela praia onde um grupo de maduros insiste em manter um hábito patusco que já é de difícil manutenção, a não ser que prevaleça a vontade de quem o mantém. E só essa, afinal, será bastante...
Na verdade, nada como um banho invernoso para nos vacinar contra alguns baldes de água fria com que o ano poderá presentear-nos.