janeiro 31, 2009
por que não...?
Por qual NÃO que não vislumbro, não surge no País o golpe de asa de se pegar nesse tanto dinheiro injectado em instituições bancárias, desviando parte substantiva, por exemplo, para as autarquias e, delas, para as PME a fim de que, localmente, com esse enorme exército de desempregados, devidamente remunerados, e distribuídos em função dos seus saberes e/ou experiências profissionais,
se renovassem pavimentos,
se melhorassem acessibilidades,
se recuperassem edífícios históricos,
se melhorassem jardins públicos e se criassem outros,
se reformulassem escolas, tribunais e tantos, tantos outros locais de prestação de serviços,
se curasse da higiene dos centros urbanos,
se desmatassem as zonas florestais,
se cuidasse das zonas ambientalmente protegidas,
se
se
se...?
Por que tão ingente NÃO estamos todos constrangidos e coagidos neste desleixo nacional que tanto nos apouca enquanto povo, desperdiçando este período soberano para reganharmos o orgulho de sermos aqui e agora?
Por que cargas d'água se salvam os banqueiros apátridas e se deixa afogar, em abjectas mediocridades e abastardamento cultural, todo um povo? Ou todo um mundo...?
Justificaria a declaração de estado de sítio? Haveria, talvez, de novo Abril? Não querem pensar nisso?
janeiro 29, 2009
quem não quer ser lobo...
Semana horribilis para José Sócrates? Não creio. Cada um colhe, na verdade, o produto da sua sementeira.
Tão preocupado ele anda com a avaliação dos professores que não cura de apurar (nem, aparentemente, isso lhe interessa) da avaliação dos gestores que saltitam, quais inefáveis mariposas, pelos conselhos de administração das empresas públicas, privadas e assim-assim, bem como dos seus incontáveis directores de serviços, que acumulam danos de gestão, uns em cima dos outros, sem que ninguém «lhes vá à perna».
Depois, aquela do «relatório da OCDE» sobre a qualidade do ensino, em Portugal, que, afinal, não é de OCDE nenhuma - o que levou menos de três dias a desmascarar...!
Porque se empenhará tanto este primeiro ministro a convencer-nos de que as aldrabices em que parece fazer questão de se envolver são inócuas? Coisa estranha, a assumir foros de patologia...
E lá vêm os arautos do costume aconselhar que, graças às trapalhices do Freeport, há que fazer o povo ir às urnas para sabermos se ainda há confiança neste primeiro ministro, de créditos tão abalados. Ora, abalados tem ele os créditos há muito tempo. Que não seja por isso...
Antecipar as eleições parece-me, claramente, uma manobra para tentar evitar o descalabro que se antecipa para este estilo «socrático», se o mandato for levado até ao fim.
Na verdade, a cada dia que passa, mais se torna evidente, para todos, a nudez deste reizinho. Que vá, pois, até ao fim, com a sua pele esburacada e postiça de «lobo da modernidade» da treta, pois a cada cavadela se destapa mais a fantochada que Medina Carreira refere e de que Sócrates é, entre vários outros, um excelente cultor.
Temperada pelo descontentamento que os dias que vivemos nos trazem a todos, talvez surja uma oportunidade histórica para o bom povo português, sem grandes sobressaltos comportamentais, se lembrar de que Abril também é quando um homem quiser.
E de que o voto, por vezes, também é a arma do povo.
janeiro 26, 2009
só vou falar do que me apetece...
Poderia falar do Freeport, do Obama, das avaliações, da crise dos financeiros; poderia dar relevo às intempéries, à problemática da arbitragem, ao futuro das relações com Angola... Poderia falar do que me desse na real gana, que é esse um RARO privilégio que abunda neste blogosférico espaço.
Por isso mesmo é que não vou falar de nada dessas coisas que preocupam o mundo e, numa perspectiva mais umbilical, libertária e de reduzido âmbito, vou lavrar um apontamento sobre as mais recentes actividades em que estive envolvido.
Por certo tenho que nada do que vos relatarei será de maior ou menor importância do que as outras mencionadas, pois cada uma dependerá do olhar de quem para ela vier a olhar, ou já olhou:
Noites com Poemas - dia 23 de Janeiro - Solidariamente Rumo ao Centenário, em prol da Associação dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana.
Para já, uma saudação a quantos corresponderam à chamada. E foram todos: Francisco José Lampreia, Estefânia Estevens, João Baptista Coelho, Edite Gil, Carlos Peres Feio... A Câmara Municipal de Cascais fez-se condignamente representar, bem como a Associação dos Bombeiros. A mesa não cabia em si de contente e quase não dava para as encomendas.
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A despeito do frio e da chuva e da noite e do futebol, a sala mostra bem, uma vez mais, que quem quer, vai, e há sempre procura para um momento de partilha bem passado.
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Ouviu-se poesia em quase todas as vozes e, dali ao cantar, foi um instante...
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Tanto que se achou por bem ensaiar um coro, onde a
Procissão, de António Lopes Ribeiro, até a vozes se entoou, abarcando todos os presentes.
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Depois, dia 24 de Janeiro, rumo ao Algarve e à Vila da Luz, ali logo depois de Lagos. A Fátima SeiLá aventurou-se num livro que o Amadeu enriqueceu de desenhos - as Papoilas de Janeiro (podem aceder aos links na entrada anterior). De mim, os dois quiseram um prefácio e uma apresentação da obra e a Helena levou tudo a lume brando, até levantar fervura e voo no Artebúrguer.
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«Com mãos se faz a paz, se faz a guerra, com mãos tudo se faz e se desfaz...», lá nos dizia o Alegre coimbrão. Na Luz, serviram, também, para aplaudir e dar autógrafos, apesar de, como veio a ficar provado, ali se congregasse uma assembleia de malucos.
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Da vitalidade destas iniciativas, alguns estranham-nas. Outros invejam-nas. Há quem as menospreze. Mais ainda quando descobrem que o que faz correr estes «insanos» não é o dinheiro, nem a vã glória de mandar, ou outra, mas tão só o cultivo da arte do encontro.
Loucos, insanos, dementes, líricos e, ainda assim ou por isso mesmo, sobreviventes. Bem hajam!
janeiro 23, 2009
Convite - Papoilas de Janeiro
feito nosso

Sábado, dia 24 de Janeiro de 2009, às 16 horas,
na Vila da Luz, Algarve,
na Artebúrguer,
com a presença dos autores


(Ver informações adicionais nos links acima)
janeiro 21, 2009
noites com poemas
solidariamente - rumo ao centenário
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A próxima sessão das Noites Com Poemas terá lugar no próximo dia 23 de Janeiro (sexta-feira), pelas 21h30, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana.
Integra-se esta sessão numa série de iniciativas - Rumo ao Centenário - que um grupo de cidadãos tem vindo a levar a efeito no âmbito da preparação dessa efeméride que será, em 2011, o centenário dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana.
Como tema da sessão de poesia: Solidariamente - Rumo ao Centenário.
O grupo que dirá poemas é constituído por, além de mim, Edite Gil, Carlos Peres Feio, Estefânia Estevens, Francisco José Lampreia e João Baptista Coelho, a quem lavro público agradecimento pela pronta disponibilidade manifestada.
Do público presente, como habitualmente, também se espera a participação, sempre empenhada, enriquecedora e a matriz, afinal, destas sessões.
Claro que a presença de cada um é importante. Daí este meu convite...
solidariamente - soneto - acróstico
somos todos o permanente projecto
oriundos de um momento quase nada
lua e sol – a consistência de um tecto
ir e vir - a constante da jornada
demoramos muito pouco no trajecto
ansiamos sempre mais da vida grada
receamos o porvir do nosso neto
invejando-lhe o fulgor de uma alvorada
afinal somos só o que soubermos
mais ainda se somarmos bem a nós
episódios ou enredos que quisermos
na correnteza dos dias nunca sós
tendo o outro ao nosso lado e assim sermos
e fazermos desta vida a nossa voz.
- poema de Jorge Castro
janeiro 20, 2009
Obama, Houssein Obama...
Tenho para mim, como verdade geral, que um homem só não é capaz de mudar o mundo, mas que muitos homens, na História do mundo, encarnando um capital de esperança que as circunstâncias históricas propiciaram, contribuíram de forma definitiva para o galvanizar de um povo, de uma nação ou do mundo todo.
O século XX foi pródigo em exemplos que tais - Gandhi, Mao, Che, Kennedy, Luther King... No século XXI, Barak Hossein Obama poderá vir a ser o primeiro.
Trauteando, no meu duche, a esperança que me vai na alma, sugiro-vos um divertimento, que rir é sempre um bom remédio, entoado com a música de uma conhecida modinha alentejana (ó rama, ó que linda rama...):
Refrão
Obama Houssein Obama
Obama lá dos States
perdemos Sebastião
vê lá tu não nos enjeites
eu gosto muito de ouvir
o Obama em seu orar
comparado com o Sócrates
aquilo é outro palrar
a sede do mundo é grande
serás tu quem nos anima
p'ra combater as maleitas
do petróleo à Palestina
todos contamos contigo
nesse tom grave e profundo
que saibas cantar connosco
p'ra que haja paz neste mundo
e cá do luso recanto
desta terra à beira-mágoa
haverá bem mais encanto
do que o ladrar de um cão-de-água...
janeiro 18, 2009
fotografando o dia (118)
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esteio eu não tenha
e o céu me guarda
sem credo além do azul
que me alimenta
e voo além do sul
quando a tormenta
revolve o sol que tarda
e me sustenha
esteio eu não tenha
e as amarras
criadas de montantes
cimitarras
na vaza ficarão
eternamente
nem âncora virá que me sustenha
nem garras
de ficar preso nas barras
que eu vivo p'ra enfrentar o sol poente
- fotografia e poema de Jorge Castro
janeiro 15, 2009
fotografando o dia (117)
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o Inverno cai sobre a solidão de um ninho
desfazendo a trama
destruindo a cama
como se nada houvesse
como se não tivesse
um outro caminho
- esse o sentir
de quem apenas soletra
alguma letra morta
da mãe Natureza...
certo é que os ramos
onde a seiva dorme
nos dão a certeza
de neles apurarmos
essa mão enorme
que ampara e protege
que arqueja e descansa
enquanto se espera
ser já Primavera
onde o Sol emerge
da cor da esperança
- fotografia e poema de Jorge Castro
janeiro 13, 2009
reflectindo...
Porque uma boa polémica é sempre inspiradora, dei por mim a olhar para o espelho, falando com os meus botões, discorrendo sobre as minhas opiniões:
- A nossa opinião é constituída, em partes desiguais, pelo que sabemos, pelo que julgamos saber e pelo que não sabemos. A diferença que vai do néscio ao sapiente é a sua menor ou maior percepção daqueles três componentes e do seu peso relativo.
Há um outro factor a não descurar, em circunstância alguma, aquando da emissão dessa opinião: quais os interesses que estão subjacentes, que apoiam ou que cada um pretende apoiar ao emitir a opinião. A dimensão e o peso específico desses interesses delimitam as fronteiras entre o chamado livre-pensador ou filósofo e o propagandista, passando por outras posturas intermédias, que abrangem desde a conversa de café ao analista político-económico.
Da fusão organizada destas abordagens nasce a opinião partilhada. Óbvia será – por força das recomendáveis cautelas e caldos de galinha… - a necessidade de cada um aplicar os seus filtros protectores, antes de proceder à sua assimilação. O que vai gerar novos contornos, cada vez mais exógenos em relação à opinião original, num sem-fim que pode ter tanto de enriquecedor como de confusionista.
Enfim, isto de se ser homo sapiens é uma canseira e tem muito de que se lhe diga…
janeiro 12, 2009
comentando um comentário
A minha anterior entrada sobre o conflito na faixa de Gaza motivou, sob a assinatura de ora et labora, um comentário que me suscita comentário. Porque a diversidade de opinião é fecunda, mas a confusão não é elemento pertinente no enredo, respondo aqui por desconhecimento de outro local onde o faça. De seguida, em itálico, o comentário que irei comentando:
sem dúvida que todo o martírio é inglório, injusto e reprovável... mas:
1º comentário: nem todo o martírio é inglório, menos ainda injusto e duvidosamente será reprovável. Que dizer, por mero exemplo, de uma conhecida e divulgada crucificação supostamente ocorrida vai para dois mil e tal anos?
Agora, se substituirmos o termo martírio pelo termo genocídio, também como mero exemplo, todos os adjectivos estarão adequados...
- o que dizer dos que se prestam ao martírio, desprezando a vida própria e alheia, acreditando mais noutra vida do que nesta?
2º comentário: O que dizer, realmente? Voltando ao mero exemplo, não morreu Cristo para nos salvar, desprezando a vida própria e alheia, acreditando mais noutra vida do que nesta? Não é sobre este postulado que se alicerça a civilização dita ocidental?
Talvez que por este culto de «transcendências» ande o ser humano tão arredado de assumir o seu próprio bem efémero terreno, buscando, uns, angélicas plumas e, outros, umas não sei quantas virgens nas delícias duvidosas do eterno.
- efectivamente é inviável, à LUZ da dignidade da vida humana, comparar quantitativamente a perda de vidas, mas esse argumento é exactamente no sentido oposto ao reivindicado no texto sob comentário: se alguém rapta um soldado, atira ou faz rebentar uma bomba ou desarvora uma grua de construção civil, alheando-se de quantos e de QUEM atinge, tem alguma legitimidade para exigir a quem se defende que limite os efeitos da sua defesa a um certo número - equivalente? proporcionado? mas se a refutação da comparação é pressuposto...!
3º comentário: Aqui manifesto a minha insuficiência argumentativa. Para mim, uma vida é uma vida e duas vidas são duas vidas. Com farda ou sem ela, com bomba ou sem ela, com grua ou sem ela. E não há, para mim, nenhuma lógica sustentável na contabilidade desiquilibrada, que favorece sempre os «bons» em detrimento dos «maus», conforme os ditames do poder vigente.
«Legitimidade... a quem se defende»? Sendo que quem se «defende» é, no texto de ora et labora, Israel. Outra lógica pouco pertinente, pois neste trágico ping-pong ninguém estará muito seguro de quem defende nem de quem ataca... E nem é preciso recuar muito na História para depararmos com esta incógnita.
Por mim, uma vez mais, limito-me a constatar que, de um lado, se encontra a quarta maior potência militar do mundo, apoiada pela maior potência militar do mundo. E do outro?
- independentemente de anedotas e outros arremessos, insusceptíveis de fundamentar uma explicação inatacável de factos controversos desde há milénios, vejamos o que se está na prática aqui a defender: de um lado, as Mães, choram quando os Filhos são incorporados na reserva militar; de outro, há Mães que exprimem exaltação e júbilo por os Filhos terem a oportunidade do martírio assassinando outros seres humanos... e que pura e simplesmente advogam e praticam o extermínio dos povos ocidentais que consideram "cães infiéis", em que também os portugueses simpatizantes do Hamas se integram - ou julgam que são imunes a rockets? usam algum protector especial para o efeito? esperam sinceramente clemência do fanatismo?
4º comentário: Longe de mim ter veleidades de - e cito - «fundamentar uma explicação inatacável de factos controversos». Por si mesma, essa fundamentação se desmoronaria na contradição dos termos...
Mas, meu caro ora et labora, essa das mães que choram e das mães que exaltam, convenhamos que é de um primarismo irritante que não lembrava ao Diabo nem a nenhum dos seus acólitos! Misturar o choro de uma mãe, em qualquer quadrante do planeta, perante a morte de um filho (ou de uma filha) com qualquer tipo de fanatismo é coisa que me provoca uma urticária danada.
Sabe que nunca lidei muito bem com aquela história de Abraão estar decidido a sacrificar o filho - ou fosse, até, lá o que fosse - para dar bom cumprimento a uma ordem divina. Afinal, se virmos bem, não há tão grande disparidade nos conceitos de fanatismo extremista, passe a redundância, ou na mistura das culturas...
Entretanto, pelo caminho interessa acautelar que o desespero de quem não tem nada a perder e se encontra acuado como cão raivoso (e, ainda para mais, infiel) pode perturbar o raciocínio a qualquer um.
Já o epíteto de «cães infiéis» será seguramente uma herança do tempo das santas cruzadas, onde cada um puxava a brasa à sua sardinha... Então, como agora.
5º comentário: Não sou, por acaso, dos portugueses simpatizantes do Hamas que refere. Nem de perto, nem de longe. Mas uma coisa, entre muitas outras, me causa alguma estranheza: porque será que nunca temos conhecimento dos tremendos e terríficos danos que os seus milhares de rockets lançados sobre território israelita ocasionam? Será por pudor?
quanto a lamentar a perda de vidas humanas estamos de acordo, censurando a violência e todo o mal
6º comentário: A grande questão residirá aqui, na verdade. Lamentavelmente, as crianças que vejo abatidas nesta guerra sem quartel - já para não falar na restante população civil que, já se sabe, é sempre constituída por presuntivos terroristas, de tez escura e barba hirsuta - não dispõem de qualquer «protector especial» o que nos conduz, inexoravelmente, ao episódio bíblico do massacre dos inocentes.
Conhece, decerto. Pois é tão só a essa barbárie que o meu pobre texto se refere. A mais nada.
Poderia discorrer sobre os interesses geo-estratégicos das grandes potências na região. Dos disparates ali cometidos pelas consciências ocidentais pesadas com o holocausto nazi. Mas não. Falo, apenas, da miséria humana. E continuo a considerar, muito convictamente, que, com a manutenção deste conflito, é a Humanidade que está a perder.
janeiro 09, 2009
Vergonha!
O que se passa em Gaza é a negação dos mais elementares conceitos de Humanidade, tal como os entendo e me foram transmitidos, tal como existem entranhados - ou seria admissível que já existissem - no nosso património genético ou nos nossos atavismos, enquanto seres humanos.
Se alguma razão existisse a favor de Israel, até por circunstâncias de básica sobrevivência enquanto nação, ela foi, de há muito tempo a esta parte, anulada pela desproporção de forças em presença.
Não pode haver razão que sustente que uma vida, de um lado da barricada, equivalha a cem vidas, do outro lado. Estes são conceitos não mensuráveis, desde logo porque cada vida tem (terá?) um valor inestimável.
Se assumirmos este postulado como pilar fundamental da nossa civilização, nada nem ninguém poderá dar, sequer, o benefício da dúvida a Israel e urge que o concerto das nações assuma, contra hipocrisias e cinismos de ganância, que, esta sim, é uma questão global, sob pena de ao planeta Terra afligirem coisas muito mais prementes, ainda, do que o aquecimento global, para que a nossa sobrevivência seja sustentável.
Não trilhar esse caminho implicará a barbárie. Que mais razões não houvesse...
*
Entretanto, porque um sorriso pode redimir-nos de muita coisa, aqui vos deixo este:
Um exemplo engenhoso do discurso e da política ocorreu recentemente na Assembleia das Nações Unidas e fez a comunidade mundial sorrir.
Um representante de Palestina começou: "Antes de começar a minha intervenção, quero dizer-lhes algo sobre Moisés:
- Quando partiu a rocha e inundou tudo de água, pensou, que era uma oportunidade boa de tomar um banho! Tirou a roupa, colocou-a ao lado sobre a rocha e entrou na água. Quando saiu e quis vestir-se, a roupa tinha desaparecido. Um Israelita tinha-a roubado."
O representante Israelita saltou furioso e disse, "Que é que você está a dizer? Os Israelitas não estavam lá nessa altura."
O representante Palestiniano sorriu e disse: "E agora que se tornou tudo claro, vou começar o meu discurso."*
janeiro 06, 2009
fotografando o dia (116)
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de brumas a procela se anuncia
procria o horizonte em mar e céu
e mal sei eu beber da fonte airosa
onde a rosa de perdida feneceu
funesto o gesto feito de abandono
que o seu dono decerto mal percebeu
e a rosa no areal torna mais perto
o mar e o céu da terra onde nasceu
a rosa é rosa e o forte que a guarda
aguarda ser mais forte do que eu
que a pedra do espinho se resguarda
e eu da rosa sei que aconteceu
- foto e poema de Jorge Castro
*
Talvez devesse falar do Hamas, de Israel e da faixa de Gaza, pois, como Gabriel Celaya, «maldigo la poesia concebida como un lujo cultural por los neutrales que lavandose las manos se desentienden y evaden...». Mas perante a barbárie a que se assiste, à sensação de desperdício de tantas vidas humanas, irreal e sem sentido aparente, fugiu-me o olhar para uma rosa, já usada e, também, já sem sentido aparente, fustigada pelo mar.
Afinal, o mar, o céu, as nuvens, o ar que respiramos são os mesmos, unindo a Terra toda.
E a propósito e ainda a tempo, hoje, na Associação 25 de Abril, pelas 18h30:
FORUM PELA PAZ E PELOS DIREITOS HUMANOS! No preciso momento em que a barbárie da guerra assume gravidade extrema, um amplo grupo de personalidades, das mais variadas áreas da sociedade, juntaram-se para lançar a ideia de uma associação cujo principal objecto consiste na reflexão, defesa e promoção da Paz e dos Direitos Humanos. Dizem ser este "rumo da comunidade internacional e o modo como Portugal nela se insere" que os preocupa.
O "Fórum pela Paz e pelos Direitos Humanos" terá a sua primeira sessão pública no próximo dia 6 de Janeiro, pelas 18h30, na sede da Associação 25 de Abril (Rua da Misericórdia, 95 - Lisboa) e contará com intervenções de D. Januário Torgal Ferreira, do médico Fernando Nobre e do presidente do Fórum, Domingos Lopes. A actriz Maria do Céu Guerra fará a leitura de um poema alusivo.
Contamos consigo.
Conselho de Fundadores:
Ana Sofia Monteiro, António Arnaut, António Avelãs, António Bica, António Borges Coelho, António Cluny, António Pessoa, Avelino Pinto, Constantino Alves, Corregedor da Fonseca, Domingos Lopes, Eduardo Maia Costa, Fernando Nobre, Hélder Costa, Januário Torgal Ferreira, Joana Mortágua, Janita Salomé, José Manuel Mendes, José Mário Branco, Kalidas Barreto, Levy Batista, Luís Azevedo, Martins Guerreiro, Manuela Freitas, Mário Tomé, Nuno Teotónio Pereira, Paulo Sucena, Ulisses Garrido, Vasco Lourenço, Vitor Garrido, Vitorino.
janeiro 02, 2009
fotografando o dia (115)
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são tão primárias as cores
quanto da vida os valores
azul vermelho amarelo
o branco traz-nos ausência
o verde a clarividência
de ser o mundo tão belo
haja então a paciência
no entretecer das linhas
pois mesmo até as vidinhas
se tecem com tal ciência
- fotografia e poema de Jorge Castro
Mercado do Bolhão, Porto
janeiro 01, 2009
a blogar há cinco anos
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Um pouco narcisicamente, se quiserem, a mão do autor, ainda com cinco dedos (mas já sem anéis), cada um simbolizando um ano na blogosfera.
Em fundo, um trecho de uma pintura de Bruno Paiva, também muito simbolicamente intitulada Perspectiva Subaquática da Lua.
Aos meus visitantes, aos companheiros desta jornada, com gratidão e um abraço fraterno, votos de que 2009 seja... exactamente o que cada um queira fazer dele, sem alinharmos na conversa da «crise».
Assim seja!
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